Postado em 09/jul/2017 -
Prescrições e radicalismo não funcionam quando se objetiva a condução de uma economia ou organizações a uma meta sustentável de crescimento. A realidade não é linear e não se faz música com uma só nota. O desenvolvimento se dá com altos e baixos como num andar bêbado. Apenas conhecemos a tendência desejada no longo prazo que decorre do planejamento, quando e se houver algum, porém sujeitos a diferentes forças no curto e longo prazos. Uma análise mais detalhada dirá que as forças de curto prazo dependem da confiança, do ciclo político e da posição em relação a tendência de longo prazo dos indicadores aceitos como fundamentais à obtenção do objetivo. Quanto mais longe da tendência programada maiores serão as tensões e questionamentos aos governantes. E como bem coloca Peter Merhling (The New Lombard Street) não se trata mais de ser Keneysiano ou Clássico, mas de reconhecer que convivemos com expansões e contrações do sistema em diferentes amplitudes de tempo. Assim como nós, a economia respira, se expande e contrai para que possa progredir. Ao caminhar largamos a frente a perna direita que logo depois deve dar lugar a esquerda para que se prossiga na direção desejada. Um governo será percebido como melhor quanto menor for a variação entre os dois estados, pois assim, a população perceberá apenas o movimento de longo prazo. Esses ajustes são delicados e muitas vezes apresentam saltos, quer forçados por demandas internas ocasionadas pelas trocas de posição entre os agentes, quer por ações de governos externos que buscam igualmente seu próprio equilíbrio. A história é marcada por reversões no pensamento, nas artes, modas, políticas e costumes, somos fixados a uma corrente de pensamento que por aderências é expandida até a ruptura, quando o oposto passa a valer, seguimos portanto entre contrações e expansões dos conceitos. Mas também somos naturalmente avessos ao risco e evitamos uma grande volatilidade, assim quanto menores os desvios melhor. Entretanto ao longo do tempo os governos deverão satisfação a seu povo, enquanto que o o mercado não. As relações entre os dois deverá se alterar, se estreitando e afastando, conforme as circunstâncias. Cada povo escreve sua história conforme suas escolhas e deverão trilhar caminhos diversos para seu desenvolvimento. Entretanto o governo ao procurar minimizar as falhas de mercado não deveria exagerar no protagonismo do Estado, suas intervenções devem caracterizarem-se pela moderação e transparência.