Direção e Dramaturgia: Martha Ribeiro.

  • Teatro Popular Oscar Niemeyer – 25, 26 de Novembro e 02 de Dezembro de 2015
  • Teatro da UFF – 1, 2, 3, 8, 9 e 10 de Maio de 2015

Neste espetáculo-paisagem investe-se na metamorfose, muito mais do que na ação narrativa fabulesca. Combinando múltiplas realidades, fluxos de energia, imagens-virtuais com a presença viva dos corpos dos performers e a poesia de Pirandello, cria-se um mundo fantasmático, atravessado por linguagens/teatralidades heterogêneas. Um teatro do movimento. Na tentativa proposital de embaralhamento entre o real e o virtual (corpos reais em cena e imagens projetadas), afirma-se a impossibilidade de separação entre corpo-real e corpo-ficcional, provocando a instabilidade entre essas duas ordens, que na cena entram em colapso.
Na concepção do texto/filme/paisagem de “MAS AFINAL, QUANTOS SOMOS NÓS?” criamos cinco paisagens dramatúrgicas a partir de vários procedimentos: amputação de elementos textuais, criação de outras personagens-presenças, embaralhamento de fragmentos pirandellianos, repetição de certas passagens textuais à exaustão.

O principal objetivo da pesquisa é refletir sobre o estado de presença de corpos reais em situação de representação. Centrifugando elementos, criando fissuras e espaçamentos a partir da ênfase nos corpos reais dos atores, propondo enfim um embaralhamento proposital entre presença e representação, acentuando a instabilidade entre essas duas ordens.


Mudando a ordem de percepção, na passagem entre presença e representação, ou vice-versa, observa-se um desmoronamento das certezas, convocando o espectador a vivenciar esta instabilidade. A experimentar um estar entre a ficção e a fricção dos corpos. O corpo, sua aparição, articula essas duas ordens: presença e representação, ser e parecer.

Em, Mas afinal, quantos somos nós? – espetáculo construído em 2014 – buscamos na intervenção e na fricção de duas de suas obras – “O homem da flor na boca” e “A saída” – dissecar as relações/representações do homem sobre a morte, usando como bisturi o pensamento e a poesia pirandellianas. O uso de duas das mesmas peças utilizadas em “Fantasmas”, Estudo III da Trilogia, não significou uma continuidade, partimos de uma proposta de cena completamente diferente, obtendo assim um resultado artístico também completamente diferente.

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