Direção e Dramaturgia: Martha Ribeiro.
- Teatro Popular Oscar Niemeyer – 21, 22 e 23 de Agosto de 2015
- Parque das Ruínas – 11, 12 e 13 de Setembro de 2015
- Centro Cultural Carioca – 14, 21 e 28 de novembro de 2015
Clipping:
O espetáculo é um caleidoscópio de imagens, ações e linguagens. Sua dramaturgia cênica mescla uma série de gêneros conhecidos do público — como a farsa, o melodrama, a tragicomédia e o burlesco — com aspectos trágicos, ficcionais e não ficcionais, da nossa história.
“Somei a esses gêneros ditos populares uma dramaturgia do testemunho, não dialógica, construída por imagens de sonhos, com uma temporalidade diferente da linear. Busquei atingir o público de forma inconsciente, através de ações sincopadas. Esses quadros investigam a linguagem do teatro performativo, revisitando a história de Fedra, Inês de Castro, Oscar Wilde e O Despertar da Primavera, a partir de uma teatralidade mais carnal, física, privilegiando a visualidade. Coloco o real em jogo, mas sem desconectar dele, provocando desvios.”
Apesar do clima de irreverência, liberdade poética e vibração intensiva criado com a encenação, a peça também traz discussões muito sérias. Os quadros narrativos — que envolvem personagens reais e ficcionais da nossa história — funcionam como um testemunho sobre o amor em tempos de mal-estar.
Todas as cenas são desenhadas buscando uma estética teatral performativa, marcada pela desconstrução dialógica e pela prevalência das imagens, sons e ruídos sobre o diálogo.
O que une toda essa constelação poética é o desejo de testemunhar o amor em tempos de mal-estar.
Revogamos a organização tradicional da cena teatral em prol da ação viva.
Contamos o que houve de pior na vida de Oscar Wilde: seu abandono, sua miséria, o preço que pagou ao assumir sua homossexualidade e lutar pelo “amor que não ousa dizer seu nome”.
Convocamos Fedra — a mulher que amou seu enteado — não para julgá-la mais uma vez, mas para revelar o desprezo que recai, até hoje, sobre a mulher que se deixa levar pelo desejo carnal em nossa cultura.
De Inês de Castro, a mulher que se fez rainha depois de morta, narramos a desventura de amar D. Pedro e o julgamento feroz que sofreu, movido por interesses políticos.
Dos jovens de O Despertar da Primavera, em uma adaptação livre, mostramos as dores e angústias da descoberta e aceitação da própria sexualidade — um percurso tão duro que leva três deles a interromperem o curso da vida, cometendo suicídio.
Cada quadro, aberto por poemas de Maiakovski e Walt Whitman, convida o espectador a sentir o mal-estar… mas também o amor.
Será uma experiência de terror e de alegria. Ao mesmo tempo.
Com ironia, deboche e muita irreverência, artistas de diferentes linguagens ocupam um teatro abandonado para cantar poesias, encenar peças curtas e discutir a vida banal e cotidiana. Entre ficções, humor e variedade, revelam verdades nada fáceis da nossa humanidade.
O espetáculo propõe uma colagem de textos teatrais e poesias de diferentes períodos da história, provocando ações simultâneas que envolvem palco e plateia, numa experiência de diálogo direto e desconstrução cênica.






