NOTAS

NOTA (1)

NICTEROY.—Esta palavra he Brazilica, e composta
de duas; á saber Nictero (que significa escondida)
hy (que significa agua). Mas a pronuncia da se-
gunda era muito difficultosa por muito guttural. Era
este o nome da Bahia, que Fernando de Magalhaens, e
Ruy Faleiro, insigne Mathematico Portuguez, que
o accompanhava, porque nella entraraõ no dia 13
de Dezembro do anno de 1519 chamaraõ de Santa
Luzia; e Martim Affonço de Souza, porque nella
tambem entrára no dia 1.° de Janeiro de 1532, chamou
Rio-de-Janeiro, acreditando falsamente ser um Rio,
e naõ huma Bahia.

28

NOTA (2)

MIMAS—Foi um dos Gigantes, que emprenderaõ
a Conquista do Ceo; o seu nome le-se em Sidonio
Apollinario, quando faz a descripçaõ do broquel de
Minerva, nos seguintes versos:

“Hic Pallas Pallanta petit, cui Gorgone visa
“Invenit solidum jam lancea tarda cadaver
“Hic Lemnum pro fratre MIMAS contra Œgida torquet
“Impulsumque quatit jaculabilis insula Cœlum.”

Claudiano na sua Gigantomachia, tambem falla de
Mimas, e quasi pelos mesmos termos; saõ estes os seus
versos—

“Occurrit pro fratre MIMAS, Lenumque calentem
“Et prope torsisset, si non Mavortia cuspis
“Ante revelato cerebrum fudisset ab ore.”

O epiteto calentem, usado por este Poeta, e a noticia
de ter havido na tal Ilha uma forja de Vulcano, dá
motivo ao adjectivo flamigero, que agora uso.

29

NOTA (3).

Ossa, &c.—O ja citado Sidonio Apollinario falla
d’esses montes pela forma seguinte:

“Missi dum volitant per Astra montes
“Pindus, Pelion, Ossa, Olimpus, Othrys
“Cum silvis, gregibus, feris, pruinis.”

NOTA (4)

ATLANTIDA — Ilha de que fallaõ Diodoro de
Sicilia e Plataõ. A’ um Poeta pouco importaõ as
discussoens sobre a sua existencia, antiguidade, &c.
Segue-se o mais conveniente, quando mais favorece a
imaginaçaõ, em obras de mero prazer; por isso aqui
abraço a opiniaõ de aquelles que accreditaõ, que ella
existira, e conjecturaõ que fora engolida pelos mares,
em algum terremoto, e de que parecem restos as
Ilhas dos Açores, que ainda conservaõ signaes volca-
nicos. O seu nome eternizado nos mares d’entre o
Brazil e Africa, dá todo o lugar á converçaõ da Mãe
de Nicteroy em Deosa Maritima, com que se feixa a
presente metamorphóse.

30

NOTA (5)

PHLEGROS—Os antigos assignálaõ estes campos
em diversos lugares, como saõ a Italia e a Thessalia.
Tzetzes os pôem na Thracia, e outros no Chersoneso.
Diodoro quer que fossem junto de Capua; Polybio,
entre Capua e o Vesuvio. Elles saõ celebres pela
guerra dos Gigantes. A terra, diz Lucano, favoreceo
aos Ceos, retardando o nascimento de Antheo, para
que naõ vivesse no dia dos Campos Phlegros.

“ ………………………….. Coeloque pepercit
“Quod non Phlegreis Antheum sustulit arvis

Propercio tambem diz na Elegia 8.° do Livro 3.°

“ …………………………. Coeloque minantem
“Coeum, et Phlegræis Oromedonta jugis.”

NOTA (6)

SURGIRAÕ—Claudiano diz assim na sua Giganto-
machia.

31

“Jam tuba. Nymbornm sonuit, jam signa ruendi
“Bis æter, bis terra dedit, confusaque rursus
“Pro Domino natura timet! Discrimina rerum
“Miscet turba potens, nunc insula deserit æquor.
“Nunc scopuli latuere mari. Quot littora restant
“Nuda! quot antiquas mutarunt flumina ripas!”

NOTA (7)

TITANEA, &c.—Saturno, filho do Ceo e da terra,
naõ querendo consentir outros herdeiros, mais do que
elle e seu Irmaõ Titan, mutilou seu Páe com hum golpe
de foice. A cobiça, que teve de reinar, foi cauza de que
aceitasse a Coroa de Titan, seu Irmaõ mais velho, com
a condiçaõ de que naõ criaria filhos máchos; e se algum
nascesse, fosse logo devorado. Rhéa, a pezar disto,
achou meios, para subtrahir á sua crueldade, Jupiter,
Neptuno, e Plutaõ. Titan sabendo, que elle tinha fi-
Ihos, armou-se, e o fez prezioneiro. Jupiter crescendo,
deo liberdade á seu Páe; pouco depois, armando-lhe
laços Saturno, temeroso de que em algum tempo o pri-
vasse do Throno, foi por Jupiter expellido, e salvou-se
entaõ na Italia. Titan era Páe dos Gigantes, que fize-

32

raõ guerra Jupiter para se apossarem do Throno, que
lhes pertencia, porque seu Páe era mais velho que Sa-
turno, e a condiçaõ imposta, quando lhe-cedera o Go-
verno era á beneficio de seus filhos os Gigantes.

NOTA (8)

MEGATERIOS—Assim chama Couvier aos Animaes
quadrupedes monstruosos, cujas ossadas se descóbrem
ao Sul d’America, em grande numero. Este celebre
Naturalista fez hir de Madrid para Paris, a descripçaõ
e dimensão exacta de huma ossada completa que se-
ácha no Museo Hespanhol; e vendo, depois de serias
confrontaçoens, que estes animaes differiaõ muito dos
outros, que ja se conheciaõ pelas suas ossadas, chamou-
lhes portanto, Megaterios, (féra grande, segundo a ety-
mologia Grega.)

NOTA (9)

MAMOTHS—Saõ animaes quadrupedes de extraordi-
naria grandeza (veja-se o Diccionario de Historia Natu-

33

ral.) No Brazil tem-se achado algumas das suas ossa-
das. O P. Aires, na sua Corographia Brazilica, diz, que
apparecera huma no Rio das Contas; e a Gazeta desta
Corte, de 30 de Junho de 1819, faz mençaõ de outra,
quazi completa, desenterrada em Pernambuco.

NOTA (10)

VITREOS PAÇOS APAVORAÕ—Escreve Claudiano—

“Horruit Ægeus, Stagnantibus exsilit antris
“Longævo cum Patre Tethys, desertaque mansit
“Regia Neptuni, famulis veneranda profundis.”

NOTA (11)

ENCELADO-Virgilio no seu 3.° Livro da Eneida
diz—

“Fama est Enceladi semustum fulmine corpus
“Urgeri molle hac, ingentem insuper Ætnam
“Impositum, &c.”

Claudiano, no roubo de Proserpina, diz tambem á esta
respeito—

34

“Ætna giganteos nunquam tacitura triumphos
“Enceladi bustum, qui saucia membra revinctus
“Spirat inexhaustum flagranti pectore sulpbur.”

NOTA (12)

TYPHEO—Escreve Virgilio no Livro 9.°

“Tum sonitu Prochyta alta tremit, durumque cubile
“Inarrime, Jovis imperiis imposita Typheo.”

NOTA (13)

ADAMASTOR—Le-se em Sidonio Apollinario—

“Porphyrion Pangæa rapit, Rhodopenque Adamastor
“Strimonio cum fonte levat, veniensque superne
“Intorto calidum restinguit fulmine fulmen.”

NOTA (14)

OTHO—Virgilio falando deste Gigante castigado em
Creta, que era Irmaõ de Ephialtes, e filho de Aloins, e
de Hephimede, filha de Neptuno, diz assim—

35

“Hic et Aloidas geminos immania vidi
“Corpora, qui manibus magnum rescindere Cœlam
“Aggressi, Snperis que Joven detrudere regnis.”

Lucano no Livro 5.° de Bello Civili, escreve o se-
guinte—

“Ceu Siculus flammis urgentibus Ætnam
“Undat apex: Campana fremens seu saxa vaporat
“Conditus Inarrime æterna molle Typhæus.
e logo depois
“Antraque letiferi rabiem Typhonis anhetant.”

NOTA (15)

ETNA—Lea-se a nota (11)

NOTA (16)

RHODOPE—Lea-se a nota (13)

NOTA (17)

INARRIMA—Lea-se a nota (16)

36

NOTA (18)

CRETA—Lea-se a nota (16)

NOTA (19)

Os CRESPOS MARES APLAINANDO, &c.—Virgilio
na 5.° da Eneida diz:

“Cæruleo per summa levis volat æquora currus:
“Subsidunt undæ, tumidumque sub axe tonanti
“Sternitur æquor aquis, fugiunt vasto æthere nymbi.
“Tum variæ Comitum facies, immania Cete
“Et senior Glauci chorus, Inousque, Palemon.
……………………………………
“Læva tenent Tethys, et Melite, Panopeaque Virgo
“Nesee; Spioque, Thalioque, Cymodoceque.”

NOTA (20)

Em CEM RIOS BANHAR-SE, &c.—Saõ de Ouvidio
es seguintes versos:—

“Dii Mares exceptum socio dignantur honore
“Utque mihi quæcumque feram mortalia demant,

37

“Occeanumque Tethymque rogant, Ego lustror ab ilis
“Et purgant nefas novies mihi carmine dicto,
“Pectora fluminibus jubeor supponere centum.”

NOTA (21)

CIRCE—Amou inutilmente a Glauco, por que este se
affeiçoou de Scylla; aquella Magica, tomada de ciúmes
a converteo em Monstro marinho, envenenando a fonte,
onde se occultavaõ os dous amantes.

NOTA (22)

D’ATRO PEIXE—Virgilio fallando de Tritaõ, deo ideas
para o que agóra digo de Glauco. Saõ estes os seus
versos.—

“Frons hominem præfert, in pristim desinit alvus,
“Spumea semifero sub pectore murmurat unda.”

38

NOTA (23)

ANTHEDON—Ausonio escreve o seguinte—

“Sic Anthedonius Beotia per freta Glaucus,
“Gramina gustatu postquam exitalia Circæ
“Expertus, captas moribundis piscibus herbas
“Sumpsit, Carpathium subiit novus accola pontum.
“lle hamis, et rete petens scrutator operti
“Nereos, æquoream solitas convertere. Tethym,
“Inter captivas fluitavit prædo catervas.”

NOTA (24)

IMMORTAL FICARAS—Saõ imitados de hum quarte-
to do Dr. Ignacio Joze de Alvarenga, honra das Muzas
Brazileiras.—

“Tu onde o mar e o vento a furia esbarra,
“Sem chamas de rubim, facetas d’hedra,
“Immortal ficaras por mim, o’ pedra,
“Que ao longe ápontas do teu Rio a barra.”

39

NOTA (25)

CABRAL—Pedr’ Alves Cabral, filho de Fernaõ Ca-
bral, Adiantado da Provincia da Beira, Senhor de Zu-
rára, e Alcaide Mor de Belmonte, nevegando para a
India, mandado pelo Senhor Rey D. Manoel, logo depois
da descoberta de Vasco da Gama, com onze Náos, álem
da Capitana e Almiranta de Sancho de Tovar, sahindo
de Lisboa, depois de muitas honras do seu Rey no dia
9 de Março do anno de 1500, obrigado pelos ventos des-
cahio muito para Oeste, da Equinocial para o Sul, e
no dia 24 de Abril foi registando praias nunca vistas.
Corria o tempo grosso, e sendo esta incognita, pareceo
aquelle mar arriscado ; pelo que o General deo o nome
de Porto Seguro ao primeiro, que tomaraõ as Náos. Des-
embarcou entaõ, e entre alegres salvas de Artelharia,
erigio-se Altar, cantou-se Missa, e houve Pregaçaõ, á
que assistiraõ muito attentos os Indios d’aquella terra.
No dia 3 de Maio, no mais alto de huma grande arvore,
fez levantar huma Cruz, como bandeira da Fe, com fes-
tejo Religioso e Militar, dando á toda a Provincia o
nome de Santa Cruz. Despedio cơm a sua Náo a Gas-
par de Lemos para El Rey D. Manoel, com as noticias
e amóstras do que achára; deixou n’esta nova terrá dous

40

Portuguezes, que levava degradados, e seguio para a
India no dia 5 de Maio, tendo fincado huma coluna de
Mamore, como as que erguia Vasco da Gama.

“Na vida e feitos de El Rey D. Manoel, composta
“em Latim pelo Bispo D. Jeronimo Ozorio, e traduzi-
“da pelo P. Francisco Manoel.”

NOTA (26)

NOME, QUE ATRA AMBIÇAÕ—A descoberta do Páo
Brazil n’este novo Continente, dispertou a ambiçaõ co-
mercial, que lhe trocou o nome de -Santa Cruz- dado
pelo seu descobridor, pelo nome de -Brazil- que ainda
consérva; e posto que ainda se conheçaõ muitos lugares
com o nome de Santa Cruz, com tudo agora só se falla
da grande Fortaleza, que deffende e feixa a barra do
Rio de Janeiro, que tem o nome de Santa Cruz e que
está em frente ao Penedo—Paõ de Assucar.

41

NOTA (27)

ALECTRYON—Era hum soldado mancebo confidente
e favorecido de Marte. Estando huma vez de sentinel-
la, ao tempo que este Deos se achava com Venus, ador-
meceo, e foi cauza de que Vulcano os tomasse de sobre-
salto. Marte concebeo d’isto tal sanha, que o metamor-
phoseou em—Gallo.—A semelhança de nome, que tem
todo o lugar n’esta qualidade de Poezia, me fez dar o
nome de Alectryon ao Francez—Nicoláo Villagalhon,
que, no anno de 1555, se fortificou com outros mais da
sua Naçaõ, sobre huma pequena Ilha, que está dentro
da Bahia de Nicteroy, fronteira á barra, onde agora se
vê a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceiçaõ, chama-
da vulgarmente de—Villagalhon—pelo motivo ditto.

NOTA (28)

MEM DE SA’—A Senhora D. Catharina, que gover-
nava o Reino de Portugal na menoridade do Senhor Rey
D. Sebastiaõ, sabendo que os Francezes se fortificavam

42

no Rio de Janeiro, como se dice na nota antecedente,
mandou a Mem de Sá, segundo Governador Geral do
Estado do Brazil, que da Bahia os fosse expulsar, o que
elle fez desmanchando-lhes o Forte-Colligni, que Nico-
láo Villagalhon, Cavalleiro da Ordem de S. Joaõ de Mal-
ta, havia fundado, em memoria do celebre Almirante
Gaspar de Colligni, accerrimo Protector da Colonia de
Calvinistas, que se pretendia estabelecer no Rio de Ja-
neiro. Recolheo-se Mem de Sá, e N. Villagalhon tor-
nou logo, e ligou-se com os Indios Tamoios, nossos de-
clarados inimigos ; foraõ porem novamente expulsos
pelo mesmo Mem de Sá, que voltou da Bahia, em soc-
corro de seu Sobrinho Estacio de Sá. Este, que tinha
sido mandado pela Senhora D. Catharina para expulsar
os Francezes, deffender o porto, e povoar a terra, aquar-
telou-se junto ao Paõ de Assucar, em hum lugar, que
se chamou S. Theodozio, e nunca foi completamente
victorioso, a pezar de muitos ataques, que por espasso
de dous annos déra ao inimigo. Mas seu Tio vindo da
Bahia com nova gente e povoadores, decidio a contenda
em dous dias, demollindo os Forțes Vrussumiri e Para-
namapucui; entaõ fundou a Cidade, pincipiando-a no
morro em que se vê o Castello, e a Sê velha. Ella to-
mou o nome de S. Sebastiaõ, tanto por ser este o do seu
actual Monarca, como por ser a victoria de Mem de Sá

43

no dia 20 de Janeiro de 1567. Estacio de Sá, primeiro
povoador d’esta Cidade morreo no combate; succedeo-
lhe Salvador Correa de Sá, tambem Sobrinho de Mem de
Sá. O seu governo foi curto, e assim o de Christovaõ
de Barros, que lhe succedeo com patente Regia (pri-
meira, que se passou de Governador do Rio deJaneiro,)
cuja jurisdiçaõ terminou no anno de 1572, Quando El
Rey D. Sebastiaõ repartio o Estado do Brazil em dous,
ficando a Cidade de S. Sebastiaõ, Capital do Meridio-
nal, e este entregue ao Doutor Salema, com jurisdiçaõ
sobre as outras Capitanias do Rio Belmonte para o Sul,

NOTA (29)

NEM SO ROMA—“Inde, inter Q. Sulpitium Tri-
bunum Militum et Brenum Regulum Gallorum collo-
quio transacta res est, et mille pondo auri prætium
populi gentibus mox împeraturi factum. Rei fædissime
per se adjecta indignitas est: pondera ab Gallis allata
iniqua : ei Tribuno recusante additus ab insolente Gallo
ponderi gladius; auditaque intolleranda Romanis vox,
Vae victis esse.” T. Livii. L.5.° c.49.

44

NOTA (30)

COMPRANDO—O temor de fazer muito extensa esta
obra, juntando-lhe as notas historicas de que he sus-
ceptivel, e muito principalmente os Documentos sobre
nossa victoria no anno 1710,contra o General Du Clerc,
e sobre o resgate no successo do anno 1711, tomando ·
Mr. Du Gay Trouin á maõs lavadas esta Cidade, nos
obriga á pedir aos nossos Leitores, que leaõ sobre este
ponto as Memorias escritas por Mosenhor Pissarro, pois
assim conhecerá a exageraçaõ dos Escriptores France-
zes, que pretendendo ellevar a gloria daquelle segundo
General, occultaõ circunstancias bem ponderosas, que
hoje saõ publicamente justificadas.

NOTA (31)

DE ROMULO O SEPULCRO—He constante, que os
Senadores Romanos á quem Romulo offendera nas suas
regalias, trataraõ de se desfazer d’elle, e o assassinaraõ
por occasiaõ de huma grande trovoada, quando o viraõ
desamparado pela sua guarda; fizeraõ depois crer ao
povo, que Jupiter o arrebatára aos Ceos, com hum

45

Raio, vindo assim á confirmar-se em boa critica, que
Roma fora a sua sepultura.

NOTA (32)

INCANSAVEIS ANDRADES—Contaõ-se muitos Gover-
nadores no Rio de Janeiro, desde Salvador Correa de Sá,
que fora posto por seu Tio Mem de Sá, quando fundára
a Cidade, como ja se dice; mas principiaremos agora
por hum dos seus mais celebres Capitaens Generaes, que
foi Gomes Freire de Andrade. Tomou posse nơ dia 26
de Julho do anno de 1733. Hindo para as Minas, que
n’esse tempo tambem governava, ficou por elle encarre-
gado do governo d’esta Cidade, Joze da Silva Paes, Bri-
gadeiro, que viera de Lisboa para delinear as fortifica-
çoens. Embarcando este para a Colonia do Sacramento
em huma das Náos, que foraõ soccorrer aquella Praça,
entaõ bloqueada pelos Castelhanos, e retirando-se de-
pois para a Corte, governou, e por muitas vezes, o Bri-
gadeiro Mathias Coelho de Souza. O General Gomes
Freire embarcou para o Sul em Fevereiro do anno de
1752 á dar execuçaõ ao Tratado de Limites assignado
em Madrid no anno de 1750, como Plenipotenciario de
S.Magestade Fidelissima, e n’esta auzencia ficou o go-

46

verno do Rio de Janeiro á cargo de seu Irmaõ Joze An-
tonio Freire de Andrade. Este, sem embargo de se
achar entaõ em Minas, entrou logo á governar, confor-
me o Decreto de S. Magestade, que ordenava governas-
se esta Capitania debaixo da mesma homenagem. Em
consequencia o Brigadeiro Mathias Coelho governou in-
terinamente, e por seu falecimento, Patricio Manoel de
Figueiredo.

Com a noticia da morte do Brigadeiro, desceo das Mi-
has Joze Antonio Freire de Andrade, e persistio no Rio
de Janeiro desde Setembro do anno de 1754, athé Janei-
ro de 1758, tempo em que seu Irmaõ voltou do Sul, e
á quem S. Magestade havia creado 1.° Conde de Boba-
della. Falleceo este grande General n’esta Cidade, dei-
xando eternizado o seu nome na memoria de todos, pe-
los seus raros talentos, virtudes, desinteresse, e zelo in-
cansavel no Serviço d’El Rey, que por isto mandou,
que na salla da Camera d’esta Cidade se collocasse o seu
retrato, com os seguintes dous versos para estimulo de
todos os Governadores.—

“Arte regit populos, bello præcepta ministrat,
“Mavortem cernis milite, pace Numam.”

Foi a sua morte no dia 1° de Janeiro do anno de 1763

47

tendo governado por quazi 30 annos. Sepultou-se no
Presbiterio da Igreja das Religiosas de Santa Thereza
de que fora Fundador. No dia antecedente ao da sua
morte, declarou, que no Convento do Carmo se guardava
a Via da successaõ no governo, que elle mesmo condu-
zira de Lisboa, e em virtude das ordens de S. Magestade
alli declaradas, entraraõ á governar em Triumvirato.—
O Excellentissimo e Reverendissimo Bispo D. Fr. An-
tonio do Desterro; O Illustrissimo Brigadeiro Joze
Fernandes Pinto Alpoim ; e o lllustrissimo Chanceller
da Rellaçaõ Joaõ Alberto de Castello Branco.

NOTA (33)

CUNHAS—D. Antonio Alves da Cunha, 1.° Conde da
Cunha, 1.° Vice Rey do Estado do Brazil com assento
no Rio de Janeiro; tomou posse no dia 16 de Outubro
de 1763. Cuidou logo na fortificaçaõ maritima ; refor-
çou todas as Fortalezas, pondo-lhes maior numero de ti-
ros; visitava com frequencia, e algûas vezes inexpera-
damente, as diversas obras publicas, ou por mar, ou
por terra; construio o deposito publico da polvora na

48

Ilha das Pombas, que por isto se ficou chamando San-
ta Barbara; estabeleceo na Fortaleza da Conceiçaõ a
Fabrica das Armas, para o que trouxe com sigo de Lis-
boa hum Mestre Armeiro. No seu governo regularaõ-
se as Tropas de Linha, vindo o General Joaõ Henrique
Bohem, e os 3 Regimentos de Bragança, de Moira, e de
Extremoz. Foi desinteressado e firme em todas as
suas determinaçoens, e taõ justo, que fez passar para
o Rio Grande o seu Ajudante das Ordens Alexandre
Cardoso, por lhe constar, que abusava da sua autoridade.
Foi rendido inexperadamente.

NOTA (34)

ROLIM—D. Antonio Rolim de Moira, 1.° Conde de
Azambuja governando Matto Grosso, foi mandado des-
cer para governar a Cidade da Bahia, e dentro em pou-
co tempo recebeo a Patente de Vice Rey e Capitaõ Ge-
neral do Estado do Brazil. Passou-se logo para o Rio
de Janeiro, onde tomou posse no dia 17 de Novembro
de 1767. O seu governo foi muito pacifico, e sem no-

49

vidade, que mereçaõ transcreverem-se, pois que ao se
genio sempre amante da paz, juntava-se o conselho
sempre prudente do Chefe do Regimento de Moira, de
quem muito confiava, Antonio Carlos Furtado de Men-
donça. So governou dous annos.

NOTA (35)

ALMEIDA—D. Luiz. de Almeida Portugal Soares
Alarcaõ Eça Mello Silva Mascarenhas. 2.° Marquez de
Lavradio. Governou a Bahia, donde veio para o Rio
de Janeiro, e tomou posse no dia 4 de Novembro do an-
no de 1769. No seu governo foi recobrada a Villa de
S. Pedro do Rio Grande do Sul, occupada pelos Hes-
panhoes desde o anno de 1763. Esta expediçaõ foi di-
rigida com muita prudencia do Vice Rey; embarcáraõ
no Rio de Janeiro, no anno de 1774 como General, Joaõ
Henrique Bohem ; o Brigadeiro de Engenharia Jaques
Funkis; o Regimento de Moira commandado pelo Sar-
gento Mor Joze da Nobrega Botelho; o de Extremoz,
pelo Brigadeiro Joze Raimundo Chixorro; o de Bra-

50

gança pelo Coronel Sebastiaõ Xavier da Veiga Cabral;
o Regimento Velho pelo Tenente Coronel Manoel Leite
Mexía; algumas Companhias do Regimento Novo; o
Esquadraõ da guarda do Vice Rey, e hum Parque d’Ar-
tilheria. A estas Tropas juntaraõ-se duas Companhias
de Cavallaria de Voluntarios da Cidade de S. Paulo, e
varias Companhias de Dragoens do Rio Grande, o que
tudo produzio hum feliz rezultado no anno de 1775.
Foi n’este governo que se calçaraõ as ruas da Cidade;
que se disciplinaraõ os Milicianos; que o povo consi-
deravelmente se pulîo ; que se congregou huma Aca-
demia Literaria ; que a Agricultura offereceo mais
fructos, e em maior quantidade ao Comercio e á Nave-
gaçaõ, &c. Governou quazi 10 annos.

NOTA (36)

VASCONCELLOS—Luiz de Vasconcellos e Souza,
Filho do 1.° Marquez de Castello Melhor, morreo em
Lisboa Prezidente do Real Erario, e 1.° Conde de Fi-
gueiro.) Tomou posse de Vice Rey n’esta Cidade no

51

dia 5 de Abril do anno de 1779. Conservou-se sempre
com muito respeito e actividade ; interessou-se particu-
larmente em aformosear a Cidade; mudou o Chafariz
do meio da Praça de Palacio, para junto ao mar onde
agora existe, construio o Caes, que bórda a frente do
Paço e terreiro, fundou o passeio publico sobre hum
grande allagadiço, que fez atterrar, pondo no fim da rua,
que se abrio desde a sua pórta, o Chafariz chamado das
Marrécas ; perseguio os occiosos, fazendo-os recolher
á huma caza na Ilha das Cobras, onde eraõ obrigados
á trabalhar, os que tinhaõ officios, e á aprender, aquel-
les, que o naõ tinhaõ. Foi muito amante das Lettras,
e com o patrocinio, que dava ao genio, conseguio ellevar
a industria á hum ponto de muita gloria. Protegeo os
mais Sabios do Rio de Janeiro, que se haviaõ unido em
huma Academia, a qual, posto que se dissolvesse no go-
verno do seu Successor, deixou com tudo compoziçoens,
que fazem sempre viva a memoria de Vasconcellos.
Promoveo a plantaçaõ do linho canamo no Rio Grande,
de que mandou para a Corte alguas arrobas, em sinal
dos seus disvellos n’esta parte. Animou os trabalhos
Quimicos, fazendo, que se escrevessem algûas memo-
rias que correm impressas. O seu grande zelo pelo bem
publico, apparecia nas prontas e sabias providencias,
que se davaõ em qualquer aperto, sendo o mesmo Vice

52

Rey hum dos primeiros, que acodia aos incendios, que
animava os trabalhadores, com a sua prezença, aprova-
çaõ, e respeito. Governou pouco mais de 11 annos.

NOTA (37)

CASTRO—D. Joze de Castro, 2.° Conde de Rezende.
Tomou posse no dia 4 de Junho de 1790. Continuou
por algum tempo a obra do caes; começada e adiantada
pelo seu Antecessor; e, para acudir a esta despeza, deo
Patentes de Capitaens, Tenentes, e Alferes, por quan-
tias estipuladas, com o titulo de Officiaes do Caes, cujo
dinheiro se aplicava á aquella obra ; o mesmo fez com
as novas baterias de Santa Cruz da barra. Juntou huma
Academia de Militares no Trém, onde se ensinavaõ as
Sciencias necessarias aos Officiaes, contando-se no nu-
mero dos Discipulos, que a frequentávaõ, o Conde de
Rezende D. Luiz, D. Joze, e D. Manoel. O genio
d’este Vice Rey, melancolico, o fazia por muitas vezes
inconstante nos seus projectos, mas nem por isso dei-
xou de zelar a Real Fazenda, e de promover os interes-
ses da Naçaõ. Governou pouco mais de 10 annos.

53

NOTA (38)

PORTUGAL—D. Fernando Joze de Portugal, Magis-
trado, Filho do 3.° Marquez de Vallença ; (morreo no
Rio de Janeiro em Marquez de Aguiar, e 1.° Ministro
de Estado.) Governou a Bahia, donde veio para esta
Cidade, e tomou posse no dia 14 de Outubro de 1801.
Governou com muita prudencia, foi amado em extremo,
o povo respeitava as suas virtudes, e confiava na sua
justiça. Voltando de Lisboa, no memoravel anno de
1807, foi logo creado 1.° Ministro de Estado. Ajudou
ao seu Soberano no estabelicimento da Corte e Tribunaes,
n’esta mesma Cidade em que fora Vice Rey; a pezar
dos seus conhecimentos, e longa experiencia, elle nun-
ca deixou de consultar aquellas pessoas, em quem re-
conhecia tallentos e probidade, fazendo athe mesmo
conferencias em sua caza, para bem acertada direçaõ
dos negocios da Real Fazenda ; o merecimento éra para
elle hum titulo de grande estimaçaõ, e a probidade ti-
nha todo o seu respeito. Foi muito desinteressado, as
suas virtudes publicas e domesticas, o fazem acredor de
huma eterna saudade. Governou como Vice Rey pouco
mais de 4 annos. Morreo no dia 26 de Janeiro do anno
de 1817 está sepultado na Igreja dos 3ᵒˢ Minimos.

54

NOTA (39)

NORONHA—D. Marcos de Noronha e Britto, 8.°
Conde dos Arcos; chegando no dia 9 de Agosto de 1806
tomou posse no dia 21 do ditto mez e anno. Posto que
o seu Vice Reinado fosse de muito curta duraçaõ, com
tudo no breve tempo, que decorreo,, desde a sua posse
athe a chegada de S. A. R. com toda a sua Real Fami-
lia á esta Cidade, elle deo as mais decisivas provas de
hum zelo activissimo, de huma prudencia consumada, e
de huma inteireza superior á toda a expressaõ; o que
bem se vio quando foi mandado fortificar a sua Capita-
nia, no tempo em que a França obrigava a nossa Corte
á fexar todos os seus Portos aos Inglezes. He impos-
sivel descrever-se o enthusiasmo, que este politico Vice
Rey acendeo taõ prontamente nos povos desta Cidade e
seus contornos, porque em poncos dias viraõ-se alista-
das nas Companhias de Voluntarios, que elle formára,
tanto de Cavalleria como de Infanteria, as pessoas mais
distinctas e poderosas, athe cedendo de Patèntes grandes,
para terem praça de soldados, debaixo do commando de
S. Excellencia. Todas estas disposiçoens foraõ inter-
rompidas no dia 16 de Janeiro de 1808, pela chegada
de hum Brigue Portuguez de guerra, que se adiantou á

55

esquadra, em que S. A. R. passava-se de Lisboa para
o Rio-de-Janeiro; e entaõ o zelo do incansavel Conde,
todo se voltou para os preparativos, que eraõ necessa-
rios á hum hospede de tanta grandeza. Elle teve a glo-
ria de principiar á receber a sua Real Familia no dia 18
do mesmo mez. A sua actividade fez-se ainda bem pu-
blica na Cidade da Bahia, que passou a governar com
Patente de Capitaõ General, onde a sua grande pruden-
cia brilhou sobremaneira em circunstancias bem deli-
cadas, e em muitos estabelecimentos uteis, que alli ou
fundou, ou amelhorou reformando. Por todos estes
serviços elle foi chamado para Ministro do Ultramar, e
Marinha, que principiou a exercer desde a feliz accla-
maçaõ de S. Magestade.

NOTA (40)

PELIAS—Era filho de Neptuno e de Tyro, foi o mais
cruel de todos os homens; usurpou os Estados de Eson;
sacrificou sua Sógra a Juno, e mandou assassinar a mu-
lher e filhos de Eson; excepto Jason, que foi escondido
e criado em segredo. Este, tendo idade, tomou posse

56

do Reino de Iólcos, que lhe pertencia; mas foi induzi-
do á conquista do Vellocino d’oiro por Pelias, persua-
dindo-se que morreria na empreza. Jason voltou tri-
umphante com Medea, que punio Pelias de todos os
seus delictos, filhos da sua desmarcada ambiçaõ. Buo-
naparte póde ser considerado em Pelias, muito princi-
palmente quando pretendeo usurpar o Reino de Portugal,
depois de haver usurpado o da Hes panha e outros. O
Nosso Augusto Soberano, ainda que com respeitosa dif-
ferença, póde ser visto em Jason, nað só sahindo fora
do seu Reino, mas ainda fazendo voltar a sua força,
naõ ajudado de Medea, mas sim da Gram Bretanha,
contra o terrivel usarpador; e daqui seguio-se a com-
pleta restauraçaõ de Portugal, que Pelias, ou Buona-
parte, com as suas argucias do custume, chamava seu,
na auzencia do seu legitimo Soberano.

NOTA (41)

HORRENDA TEMPESTADE—Ou se considere a tem-
pestade politica, que pela Revoluçaõ da França, se
formou nas margens do Sena, e espalhando-se por toda

57

a Europa veio por fim afligir o Reino de Portugal, em
Novembro de 1807, ou mesmo a tempestade physica,
que parecia fechar o Tejo e os Mares, nos, ultimos dias
d’aquelle mez, e que só parou no dia 29, em que o
Principe Regente com toda a sua Real Familia princi-
piou a sua viagem para o Rio de Janeiro, sempre fica
verdadeiro o pensamento, de que aquelle dia foi o pri-
meiro, em que desandou a rôdá da fortuna ao General
feliz. Os effeitos confirmaõ esta assersaõ, e os Politi-
cos jamais poderaõ negar, que Portugal fôra o primeiro
escôlho, em que tropeçára a impetuosa e naõ interrom-
pida torrente de victorias, espraiando-se, e por isto
mesmo enfraquecendo-se athe sumir-se no Oceano da
paz.

NOTA (42)

VEJO HUM REY ACCLAMAR-SE—Reprimimos difi-
cultosamente o enthusiasmo á que nos-arrebata a consi-
deraçaõ da Gloria do Brazil, desde o memoravel dia 7
de Março de 1808 em que foi ellevado a Corte, pela
chegada da Seu Soberano; apontamos só as principaes
epocas da sua Grandeza. Agora fallamos da Carta de

58

Lei do dia 15 de Dezembro do anno de 1815 pela qual
o Brazil foi ellevado á graduaçaõ e categoria de Reino,
juntando-se, em consequencia d’isto, as Armas de Por-
tugal, que saõ as Quinas, as do Algarve, que saõ os 7
Castellos, huma Esphera, que éra a do Senhor D. Ma-
noel, antes de sobir ao Throno, tudo em hum so escu-
do, realizando-se por isto o titulo, que entaõ tomára o
Nosso Augustissimo Soberano de Rey do Reino Unido
de Portugal, Brazil e Algarves.

NOTA (43)

VEJO HUM REY ACCLAMAR-SE—Allude-se á glori-
osa Acclamaçaõ do Senhor D. Joaõ o 6.° no dia 6 de
Fevereiro do anno de 1818. Foi a primeira vez que o
Brazil vîo este Acto magestozo, e recahindoa Coroa dos
Affonços sobre hum Soberano taõ amado de todos os
seus vassallos, pelos beneficios da sua feliz Regencia,
ouviraõ-se applausos, que vao muito além de toda a ex-
pressaõ; nem admira, que alheados os Portuguezes por
huma alegria taő digna dos seus coraçoens, ainda hoje

59

vejaõ na Constellaçaõ do Cruzeiro do Sul, huma figura
da prodigiosa Cruz, que no Campo de Ourique assegu-
ára a perpetua estabilidade dos Nossos Reis.

NOTA (44)

Nova ESTRELLA—A Serenissima Senhora Maria
Carolina Josefa Leopoldina, Archiduqueza d’Austria,
Filha do Imperador Francisco 2.° cazando-se por Pro-
curaçaõ em Vienna d’Austria com o Serenissimo Se-
nhor Principe Real D. Pedro de Alcantra, no dia 13 de
Maio de 1817, em que celebramos o Natalicio do Nosso
Augusto Reinante, chegou a’ este porto, (havendo em-
barcado em Liorne) no dia 5 de Novembro do mesmo
anno; desembarcou no seguinte, e foi pomposamente
conduzida á Real Capella, onde o Excellentissimo Bis-
po Capellaõ Mor lhe lançou as Bençaõs Nupciaes. A
sua grande Prudencia, que a faz taõ digna do Amor do
Seu Serenissimo Espozo, como do respeito de todos os
Portuguezes, obriga-nos á confessar pequenos, todos os
elogios, que lhe consagramos.

60

NOTA (45)

PENHOR AUGUSTO—O Ceo coroando os merecimen-
tos do nosso, por tantos titulos, Estimavel Principe
Real, dando-lhe huma Consorte em quem vemos repro-
duzidas as preciosas virtudes da Senhora D. Marianna
d’Austria, que tanto concorrera para o feliz Reinado de
seu Espozo o Senhor D. Joaõ o 5.°. coroou tambem os
nossos votos no dia 4 de Abril do anno de 1819 conce-
dendo-nos a Serenissima Senhora Princeza da Beira D.
Maria da Gloria, Primogenita de SS. AA. RR. Pri-
meira que honrou a Cidade do Rio de Janeiro, elievan-
do-a á dignidade de Patria de Grandes Principes, e dan-
do-nos motivo, pela circunstancia do seu Sêxo, e do seu
Nascimento, que ja lhe concede no futuro a Coroa e o
Sceptro dos Seus Avós, em quanto naõ somos de novo
abençoados com hum Principe Varaõ, á recordarmos
nos das virtudes e feliz Reinado da Senhora D. Ma-
ria 1.ᵃ

FIM.

Londres—Impresso por R. Greennlaw, 36, Holborn.


Ortografia original (1822). Digilitalizado e revisado por Beethoven Alvarez e Gessylene Brasil.

Skip to content