Prof. Júlio César Medeiros

PROFESSOR DE HISTÓRIA

juliocesarpereira@id.uff.br

SOBRE

Júlio César Medeiros é Dr. em História da Ciência e da Saúde pela Fiocruz.  É professor de História Contemporânea com enfase em África, da Universidade Federal Fluminense, pesquisador do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos e Líder do Núcleo de Estudos e Pesquisa SANKOFA-UFF.

 

Como se controi as hipoteses em projetos de pesquisa

Postado por MEDEIROS DA SILVA PEREIRA em 20 Maio 2023

Para criar as hipóteses de um projeto de pesquisa, é importante seguir algumas diretrizes:

  1. Revisão da literatura: Antes de formular as hipóteses, é essencial realizar uma revisão completa da literatura sobre o tema de pesquisa. Isso ajudará a identificar lacunas no conhecimento existente e a compreender as teorias, estudos e evidências disponíveis.
  2. Identificar variáveis: Com base na revisão da literatura, é necessário identificar as variáveis ​​relevantes para o seu estudo. As variáveis ​​são características, conceitos ou fenômenos que podem ser mensurados ou observados.
  3. Relação entre as variáveis: Com base nas variáveis ​​identificadas, é necessário estabelecer as relações entre elas. Pergunte-se como as variáveis ​​se relacionam ou influenciam umas às outras. É importante que essa relação seja plausível e sustentada pela teoria ou evidência existente.
  4. Formulação das hipóteses: Com as relações estabelecidas, é possível formular as hipóteses. As hipóteses são suposições ou afirmações testáveis ​​sobre as relações entre as variáveis ​​do estudo. Elas devem ser claras, específicas e baseadas em uma lógica consistente com a teoria ou evidência existente.
  • Hipótese nula (H0): é a hipótese que afirma a ausência de relação entre as variáveis. Geralmente, é formulada como uma igualdade ou ausência de diferença entre grupos ou condições.
  • Hipótese alternativa (H1): é a hipótese que afirma a existência de uma relação entre as variáveis. Pode ser formulada como uma diferença, associação ou efeito entre grupos ou condições.

É importante ressaltar que as hipóteses devem ser testáveis ​​e passíveis de verificação empírica por meio da coleta e análise de dados. Elas devem ser orientadoras do seu estudo e direcionar o desenho da pesquisa, a seleção de métodos e as análises a serem realizadas.

Lembre-se de que a formulação das hipóteses é uma etapa crucial do projeto de pesquisa e deve ser embasada na revisão da literatura e na clareza das relações entre as variáveis.

Exemplo:

Tema: Impacto do uso excessivo de redes sociais na autoestima dos adolescentes.

  1. Revisão da literatura: A revisão da literatura revelou estudos que apontam para uma possível relação entre o uso excessivo de redes sociais e a baixa autoestima em adolescentes.
  2. Identificação das variáveis:
    • Variável independente: Uso excessivo de redes sociais.
    • Variável dependente: Autoestima dos adolescentes.
  3. Compreensão do contexto: Considerando o contexto atual em que os adolescentes são amplamente expostos às redes sociais, é importante investigar se essa exposição tem algum impacto negativo na sua autoestima.
  4. Formulação das hipóteses:
    • Hipótese nula (H0): Não há relação significativa entre o uso excessivo de redes sociais e a autoestima dos adolescentes.
    • Hipótese alternativa (H1): O uso excessivo de redes sociais está negativamente relacionado à autoestima dos adolescentes, ou seja, quanto maior o uso excessivo de redes sociais, menor será a autoestima dos adolescentes.

Essas hipóteses poderiam orientar uma pesquisa que envolvesse a coleta de dados por meio de questionários, entrevistas ou observações, a fim de investigar a relação entre o uso excessivo de redes sociais e a autoestima dos adolescentes.

É importante lembrar que esse é apenas um exemplo hipotético e que as hipóteses devem ser formuladas com base em revisão bibliográfica específica e conhecimento aprofundado do tema em questão.

Os desafios das alterações climáticas para o mundo

Postado por MEDEIROS DA SILVA PEREIRA em 20 Maio 2023

A mudança climática é um dos desafios mais prementes que a humanidade enfrenta. O aumento das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera devido às atividades humanas está causando um aquecimento global sem precedentes, com consequências potencialmente catastróficas para o meio ambiente e a vida humana. Do aumento do nível do mar à intensificação de eventos climáticos extremos, as mudanças climáticas estão transformando nosso mundo, exigindo soluções urgentes e abrangentes para proteger nosso planeta e garantir um futuro sustentável para as próximas gerações. Neste contexto, é imperativo que compreendamos as causas e os impactos das alterações climáticas e as ações que podemos tomar para mitigá-las e adaptá-las.

As alterações climáticas são um dos maiores desafios enfrentados pelo nosso planeta atualmente. O aumento da temperatura global, a acidificação dos oceanos, o aumento do nível do mar e o aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos são apenas alguns dos problemas causados pelas alterações climáticas.

Um dos problemas mais imediatos é o aumento da temperatura global. Desde o início da Revolução Industrial, a temperatura média global subiu cerca de 1 grau Celsius, e espera-se que aumente ainda mais nas próximas décadas. Isso pode ter consequências devastadoras para os ecossistemas terrestres e aquáticos, incluindo a perda de habitat, a diminuição da biodiversidade e o colapso de cadeias alimentares.

A acidificação dos oceanos é outro problema grave causado pelas alterações climáticas. À medida que o dióxido de carbono é absorvido pelos oceanos, a acidez aumenta, o que pode ter efeitos devastadores na vida marinha. A acidificação dos oceanos pode afetar a capacidade dos organismos marinhos de produzir conchas e esqueletos, e pode prejudicar a capacidade dos peixes e crustáceos de se reproduzirem e crescerem.

O aumento do nível do mar também é um problema causado pelas alterações climáticas. À medida que as temperaturas globais sobem, o gelo polar derrete e a água do oceano se expande. Isso pode levar a inundações costeiras, erosão e a perda de habitat para animais terrestres e aquáticos.

Além disso, as alterações climáticas também podem aumentar a frequência e a intensidade de eventos climáticos extremos, como furacões, tempestades de neve, secas e ondas de calor. Isso pode ter efeitos devastadores nas comunidades locais, incluindo danos à infraestrutura, interrupção de serviços essenciais e perda de vidas.

Em resumo, as alterações climáticas são um problema grave que pode ter efeitos profundos na vida na Terra. Para enfrentar esse desafio, precisamos tomar medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adotar práticas sustentáveis que protejam nosso planeta e garantam um futuro habitável para as gerações futuras.

Como a história ajuda a pensar e enfrentar os desafios das Alteções climáticas?

A história tem lidado com questões relacionadas às alterações climáticas ao longo do tempo. Aqui estão alguns exemplos:

Civilizações antigas: Há evidências de que algumas civilizações antigas, como a civilização maia e a civilização khmer, foram afetadas pelas mudanças climáticas. Por exemplo, acredita-se que a seca prolongada tenha contribuído para o declínio da civilização maia.

Revolução Industrial: A Revolução Industrial, que começou no século XVIII, foi o início da emissão em larga escala de gases de efeito estufa, como dióxido de carbono e metano, que levaram ao aquecimento global. O aumento da queima de combustíveis fósseis e da industrialização levou a um aumento significativo das emissões de gases de efeito estufa, e é considerado um marco importante na história das alterações climáticas.

Século XX: O século XX foi um período de rápido crescimento econômico e aumento da população, o que levou a um aumento ainda maior das emissões de gases de efeito estufa. Além disso, durante este século, houve vários eventos climáticos extremos, incluindo ondas de calor, secas e tempestades, que foram atribuídas às alterações climáticas.

Acordos climáticos globais: Desde a década de 1990, vários acordos climáticos globais foram estabelecidos para lidar com as alterações climáticas, incluindo o Protocolo de Kyoto em 1997 e o Acordo de Paris em 2015. Esses acordos visam limitar as emissões de gases de efeito estufa e conter o aquecimento global para níveis seguros.

Em resumo, a história tem mostrado que as alterações climáticas são um fenômeno antigo, mas a nossa compreensão sobre suas causas e impactos se desenvolveu ao longo do tempo. O desafio agora é agir com urgência e determinação para mitigar e adaptar-nos às alterações climáticas, a fim de proteger nosso planeta e garantir um futuro sustentável para as gerações futuras.

Exemplos na história de quando o homem pensou que as catástrofes naturais e pandemias eram o prenuncio do fim do mundo

Um exemplo histórico de pessoas que acreditaram que as catástrofes naturais eram o fim do mundo pode ser encontrado no período medieval europeu, especificamente durante a peste negra que assolou o continente no século XIV. A peste negra foi uma pandemia que matou milhões de pessoas em toda a Europa e foi considerada uma das piores catástrofes da história da humanidade. Na época, muitas pessoas acreditavam que a peste negra era um sinal do fim do mundo e que o Apocalipse estava próximo.

Essa crença era influenciada por vários fatores, incluindo interpretações religiosas, como as profecias do livro do Apocalipse, que descrevem os sinais do fim dos tempos, além de teorias astrologicas e a visão medieval do mundo como um lugar instável e incerto, onde desastres naturais eram frequentes.

Essa visão apocalíptica da peste negra levou muitas pessoas a se entregarem ao desespero e ao fatalismo, e também à intensificação do fanatismo religioso e ações extremas, como flagelação e perseguição de minorias religiosas, como os judeus.

Embora a crença de que a peste negra era um sinal do fim do mundo tenha sido amplamente difundida na época, hoje sabemos que a pandemia foi causada por uma bactéria, a Yersinia pestis, e foi propagada por pulgas em ratos. A resposta efetiva dos governos e da sociedade para conter a pandemia foi fundamental para a superação da crise e para a recuperação da sociedade europeia.

Conclusão

Em conclusão, as alterações climáticas representam um dos maiores desafios enfrentados pela humanidade hoje. Os efeitos negativos dessas mudanças são sentidos em todo o mundo, desde a elevação do nível do mar e o aumento da temperatura até eventos climáticos extremos e a perda de biodiversidade. A superação desses desafios requer uma resposta global e coletiva, que inclua ações para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o investimento em fontes de energia limpa, a adaptação às mudanças climáticas e a conscientização da população sobre a importância da preservação do meio ambiente. É necessário que governos, organizações e indivíduos trabalhem juntos para enfrentar esse desafio e garantir um futuro sustentável para as próximas gerações.

Dicas de como elaborar um projeto de Pesquisa

Postado por MEDEIROS DA SILVA PEREIRA em 04 abr 2023
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O desenvolvimento da pesquisa científica é essencial para a evolução do conhecimento em diversas áreas do saber. No contexto acadêmico, a elaboração de um projeto de pesquisa é uma etapa fundamental para a realização de um trabalho de qualidade e relevante para a comunidade científica. Neste sentido, a confecção de um projeto de pesquisa bem estruturado e fundamentado é um desafio para muitos estudantes que desejam ingressar em um programa de mestrado stricto sensu. A elaboração do projeto exige atenção a algumas etapas fundamentais, tais como a definição do tema, a revisão de literatura, a metodologia e o cronograma. O presente trabalho tem como objetivo apresentar algumas dicas para auxiliar na elaboração de um projeto de pesquisa para o ingresso em um programa de mestrado stricto sensu.

A elaboração de um projeto de pesquisa para o ingresso em um programa de mestrado stricto sensu requer atenção a algumas etapas fundamentais. Neste sentido, apresentamos algumas dicas para auxiliar na confecção de um projeto bem estruturado e coeso.

Introdução: Inicie o projeto com uma introdução clara e concisa, apresentando o tema escolhido, a problemática a ser investigada e sua relevância. Apresente também os objetivos da pesquisa e as hipóteses a serem testadas.

Revisão de literatura: Uma revisão de literatura bem elaborada é fundamental para fundamentar o estudo proposto e para mostrar o estado da arte do tema. Busque artigos, livros e outras fontes confiáveis e atualizadas para embasar seu trabalho. É importante destacar as lacunas existentes na literatura e como o seu estudo se propõe a preenchê-las.

Metodologia: Nesta seção, descreva a metodologia a ser utilizada para realizar a pesquisa, detalhando os procedimentos, técnicas e instrumentos a serem adotados. Explique como serão coletados e analisados os dados e quais serão os critérios de seleção dos participantes, se for o caso. Caso seja necessária a utilização de métodos estatísticos, é importante descrever qual o software utilizado e quais as análises que serão realizadas.

Cronograma: É importante apresentar um cronograma realista e detalhado das atividades que serão desenvolvidas durante a pesquisa, destacando os prazos para cada uma delas. Este cronograma pode ser apresentado em forma de tabela ou gráfico.

Referências: Por fim, é essencial citar todas as fontes utilizadas para embasar o projeto. Utilize as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) para referenciar corretamente os trabalhos utilizados. É importante citar apenas trabalhos que foram de fato utilizados no projeto.

A elaboração de um projeto de pesquisa para o ingresso em um programa de mestrado stricto sensu é uma tarefa que exige planejamento, organização e dedicação por parte do estudante. É importante ter em mente que um projeto bem elaborado é essencial para garantir a qualidade do trabalho e a sua relevância para a comunidade científica. Neste sentido, apresentamos algumas dicas importantes para a confecção de um projeto de pesquisa coeso e estruturado, que incluem a definição do tema, a revisão de literatura, a metodologia e o cronograma. Seguindo essas orientações, o estudante terá mais chances de obter sucesso na sua candidatura ao programa de mestrado e na realização do seu trabalho de pesquisa.

Referências:

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e documentação – Referências – Elaboração. Rio de Janeiro, 2002.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2010.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23 ed. São Paulo: Cortez, 2007.

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