Ricardo Basbaum

cursos

materiais de apoio dos cursos

Sistemas de revezamento plástico-sonoro-discursivos: casos e ferramentas conceituais (Pós-Graduação 2025/1)

Este curso irá explorar algumas ferramentas conceituais que atuam na produção do campo do pensamento da atualidade, em sua aplicabilidade para a compreensão e fabricação da obra de arte contemporânea – seja do campo plástico, sonoro, performativo, textual, intermídia ou multimodal. Seguindo indicações que apontam para sentidos tramados nos territórios especulativo, espectral, aceleracionista, perspectivista ou neo-racional, por exemplo – em seus caminhos de abertura, prospecção, invenção e fabulação – será importante compreender o pensamento como experimento e esforço frente às urgências tempo atual. A presença e produção da obra de arte será reconhecida em seu sentido transversal, em que se constrói a intervenção sensorial intensiva, portadora de modalidades de entrelaçamento entre sensação e conceito e colocando em jogo as diversas camadas de agenciamento autoral, institucional, receptivo, transdisciplinar, entre outros aspectos. É nessa chave que estão situados os ‘sistemas de revezamento plástico-sonoro-discursivos’, enquanto dispositivos aos quais se recorre na produção da intervenção, permitindo o deslizamento visual, sônico e textual – trata-se de reconhecer o agente-artista como um personagem em trânsito por territórios de linguagem. As conversas serão organizadas em blocos, compreendendo, de modo amplo, as seguintes questões: (1) desregramento dos sentidos x anestesia; a condição não-retiniana / não-coclear; eu é um outro: o desenvolvimento de órgãos sensoriais conceituais na formação de outras corporeidades; (2) relações entre ‘arte’ e ‘conceito’; múltiplas racionalidades; afetos espectrais; singularidade da obra de arte; (3) ambientes instalativos e imersivos; automatismo da experiência; hábito, intensidade, fruição; invenção de instituições; choques entre corpo, objetos e obras de arte: políticas percussivas, voz, discurso; tradução; biomídia; (4) notações gráficas, mapas, diagramas, regimes verbais de instruções: performatividade visual e sonora da linha e da palavra; (5) regimes de escuta, ressonância; linha orgânica; textos de artista; Künstlertheorie [teoria de arista]; o som da teoria. Com as discussões propostas, o curso se direciona para o aprofundamento das investigações acerca da dimensão conceitual da arte contemporânea, aproximando ambição teórica e realização de intervenções, dando sequência à investigação do agente-artista como fabricante de dispositivos sensoriais-conceituais frente às urgências de seu tempo e território.

playlist
https://open.spotify.com/playlist/2Om6yFf4USp3N9U6t5ajxX?si=d576a2e6ab2d4387

roteiro do curso e bibliografia

aula 01/04
apresentação

FLUSSER, Vilém. “Gráfico” in Língua e Realidade. São Paulo, Annablume, 2004 [1963].

aulas 08/04 e 15/04
(1) desregramento dos sentidos x anestesia; a condição não-retiniana / não-coclear; eu é um outro: o desenvolvimento de órgãos sensoriais conceituais na formação de outras corporeidades;

ADORNO, Theodor. “O Fetichismo na Música e a Regressão da Audição”. Os Pensadores – Textos Escolhidos. São Paulo, Abril Cultural, 1975.

BAUDRILLARD, Jean. “Após a orgia” in A transparência do mal : ensaio sobre os fenômenos extremos. Campinas, Papirus, 1990.

BENSUSAN, Hilan. “Aceleracionismo e Espectrologia com Hilan Bensusan” – Podcast Filosofia nas Margens https://open.spotify.com/episode/6jfLh1112gfnQJfCGzz6S6?si=UWt0C13yRoSBvSBrewluzA

DUCHAMP, Marcel. “Apropos of Readymades”, “A propósito de readymades”.

HARAWAY, Donna. “The Promises of Monsters: A Regenerative Politics for Inappropriate/d Others” in Cultural Studies, (Eds.) GROSSBERG, Lawrence, NELSON, Cary, TREICHLER, Paula A.. Nova York, Routledge, 1992.

KIM-COHEN, Seth. In the blink of an ear – Toward a non-cochlear sonic art. Nova York, Londres, Continuum, 2009. Introdução, Capítulos 5 e 7.

NODARI, Alexandre. “Limitar o limite: modos de subsistência”. Colóquio Internacional Os Mil Nomes de Gaia: Do Antropoceno à Idade da Terra. Casa de Rui Barbosa, Rio de Janeiro, de 15 a 19 de setembro de 2014.

RIMBAUD, Arthur. “Lettres dites « du Voyant »: Rimbaud à Georges Izambard — Charîeviîle, 13 mai 1871; Rimbaud à Paul Demeny—Charlevilie, 15 mai 1871” in Poésies: Une saison en enfer, Illuminations. Paris, Gallimard, 1984.

RIMBAUD, Arthur. “Carta a Georges Izambard”; “Carta a Paul Demeny” in Um tempo no inferno & Iluminações. Tradução e organização Júlio Castañon Guimarães. São Paulo, Todavia, 2021.

aulas 29/04 e 06/05
(2) relações entre ‘arte’ e ‘conceito’; múltiplas racionalidades; afetos espectrais; singularidade da obra de arte;

ARCILA, Santiago. “El trance espectral de la Tierra. Geología, imágenes-fantasma y necroarchivo” in Morada Floresta. Universidade Estadual de Campinas, Revista ClimaCom, Campinas, 2024.

ARCILA RODRÍGUEZ, Santiago. “Campos de individuación fantasmal: asesinato de líderes sociales en Colombia, marcadores espectrales del horror e intensificadores espectrales de resistencia”. La Deleuziana – Revista Online de Filosofía, Numero Especial, 1/2020.

BENSUSAN, Hilan. “Nota sobre Anarqueologia, Espectralidade e Canibalismo” in História sul-americana da imortalidade: (a partir de rumores com sotaque). Florianópolis, Cultura e Barbárie, 2024.

BENSUSAN, Hilan. “Cosmopolitical Parties in the Post-Human Age”. TripleAmpersand Journal (&&&), https://tripleampersand.org/cosmopolitical-parties-post-human-age/.

CARON, J-P. “Anonimato e eliminativismo”. Arte & Ensaios, vol. 30, n. 48, jul.-dez. 2024.

CARON, J-P.; FUTURO, Luiza. “As bordas do neo-racionalismo com Jean-Pierre Caron”. https://medium.com/newsfromfuturo/neo-racionalismo-6dc67de6c6b6

ESBELL, Jaider. “Autodecolonizacão – Uma Pesquisa Pessoal no Além Coletivo”. Disponível em http://www.jaideresbell.com.br/site/2020/08/09/auto-decolonizacao-uma-pesquisa-pessoal-no-alem-coletivo/

NEGARESTANI, Reza. “Where is the Concept? (localization, ramification, navigation)”. Transcription of a lecture given at Goldsmiths, University of London, 2013.

STIEGLER, Bernard. “Pharmacology of Spirit – And that which makes life worth living” in Theory after ‘theory’, ELLIOTT, Jane; and ATTRIDGE, Derek. (Org.). New York, Routledge, 2011.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. “A propriedade do conceito”. ANPOCS 2001 / ST 23: Uma notável reviravolta: antropologia (brasileira) e filosofia (indígena).

aulas 13/05 e 20/05
(3) ambientes instalativos e imersivos; automatismo da experiência; hábito, intensidade, fruição; invenção de instituições; choques entre corpo, objetos e obras de arte: políticas percussivas, voz, discurso; tradução; biomídia;

aulas 27/05 e 03/06
(4) notações gráficas, mapas, diagramas, regimes verbais de instruções: performatividade visual e sonora da linha e da palavra;

aulas 10/06 e 17/06
(5) regimes de escuta, ressonância; linha orgânica; textos de artista; Künstlertheorie [teoria de arista]; o som da teoria;

aulas 24/06, 01/07 e 08/07
Seminários finais

Experimentação Artística com Meios Tecnológicos

FLUSSER, Vilém. “Arte Viva”, in Ficções Filosóficas. São Paulo, EdUSP, 1998.

Sistemas de revezamento plástico-sonoro-discursivos: alguns casos sonoros (Pós-Graduação 2023/1)

O curso organizará discussões em torno de momentos e eventos significativos do campo sônico, sonoro e musical, buscando enfatizar articulações com os campos da visualidade e do discurso. Os encontros se organizarão a partir de 5 blocos de interesse, a partir dos quais serão discutidas algumas questões chave para o desenvolvimento de operações no regime de ‘revezamentos plástico-sonoro-discursivos’, isto é, uma posição produtiva de fabricação a partir da qual o/a agente pesquisador se desloca através dos regimes visual, sonoro e discursivo. Os blocos compreendem, de modo amplo, as seguintes questões: (1) a condição não-retiniana / não-coclear e o desenvolvimento de órgãos sensoriais conceituais na formação de outras corporeidades; (2) relações entre ‘arte’ e ‘conceito’, múltiplas racionalidades e afetos; (3) choques entre corpo, objetos e obras de arte: políticas percussivas, voz, discurso; (4) notações gráficas, mapas, diagramas, regimes verbais de instruções: performatividade visual e sonora da linha e da palavra; (5) regimes de escuta, ressonância. Serão organizadas leituras de textos referenciais do campo da música e do som, assim como escuta de obras e composições significativas em relação aos temas debatidos. Com as discussões propostas, o curso se direciona para o aprofundamento das investigações acerca da dimensão conceitual da arte contemporânea, aproximando ambição teórica e realização de intervenções, dando sequência à investigação do agente-artista como fabricante de dispositivos sensoriais-conceituais frente às urgências de seu tempo e território.

playlist https://open.spotify.com/playlist/2Om6yFf4USp3N9U6t5ajxX?si=d576a2e6ab2d4387

aula 04/04

apresentação

aulas 11/04 e 18/04

(1) a condição não-retiniana / não-coclear e o desenvolvimento de órgãos sensoriais conceituais na formação de outras corporeidades;

ADORNO, Theodor. “O Fetichismo na Música e a Regressão da Audição”. Os Pensadores – Textos Escolhidos. São Paulo, Abril Cultural, 1975.

CHEN, Ya-Ling. “Erratum Musical, 1913”. https://www.toutfait.com/erratum-musical-1913/

DUCHAMP, Marcel. “Apropos of Readymades”, “A propósito de readymades”.

GIFFNEY, Noreen e HIRD, Myra J. (Orgs). Queering the non/human. Hampshire, Ashgate, 2008. Capítulo “Queering the Non/Human”.

HARAWAY, Donna. “The Promises of Monsters: A Regenerative Politics for Inappropriate/d Others”, in Cultural Studies, (Eds.) GROSSBERG, Lawrence, NELSON, Cary, TREICHLER, Paula A.. Nova York, Routledge, 1992.

KIM-COHEN, Seth. In the blink of an ear – Toward a non-cochlear sonic art. Nova York, Londres, Continuum, 2009. Introdução, Capítulos 5 e 7.

LABELLE, Brandon. “O invisível”, in Agência Sônica: som e formas emergentes de resistência. Rio de Janeiro, Numa Editora, 2022.

ONO, Yoko. Grapefruit. New York, Simon & Schuster, 2000. (Port) Tradução: Giovanna Viana Martins e Mariana de Matos Moreira Barbosa.

aulas 25/04, 02/05 e 09/05

(2) relações entre ‘arte’ e ‘conceito’, múltiplas racionalidades e afetos;

CARDEW, Cornelius. “Sextet – The Tiger’s Mind”. The Musical Times, Vol. 108, No. 1492, Jun., 1967, pp. 527-530.

GRANT, Roger Mathew. “Introduction”; “Coda: Affect after the Affektenlehre”, in Peculiar Attunements: How Affect Theory Turned Musical. Nova York, Fordham University Press, 2020.

LEWIS, George E.. “Improvised Music after 1950: Afrological and Eurological Perspectives”. Black Music Research Journal , 2002, Vol. 22, Supplement: Best of BMRJ, pp. 215-246.

NEGARESTANI, Reza. “Where is the Concept? (localization, ramification, navigation)”. Transcription of a lecture given at Goldsmiths, University of London, 2013.

SOARES PINTO, Nicole. “’Ecologia com espírito dentro’: sobre Povos Indígenas, Xamanismo e Antropoceno”. Cadernos IHUideias, ano 19, nº 316, vol. 19, 2021.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. “A propriedade do conceito”. ANPOCS 2001 / ST 23: Uma notável reviravolta: antropologia (brasileira) e filosofia (indígena).

aulas 16/05 e 23/05

(3) choques entre corpo, objetos e obras de arte: políticas percussivas, voz, discurso;

BENSUSAN, Hilan. “O realismo especulativo e a metafísica dos outros”. Dossiê Realismo Especulativo, revistas.ufrj.br/index.php/eco_pos, v. 21, n. 2, 2018.

BROMBERG, Svenja. “The Anti-Political Aesthetics of Objects and Worlds Beyond”. Mute, July, 2013. https://www.metamute.org/editorial/articles/anti-political-aesthetics-objects-and-worlds-beyond

FLØ, Asbjørn Blokkum. “Materiality in Sound Art”. Organised Sound 23(3): 225–234. Cambridge University Press, 2018

FUNCKE, Bettina. “Not Objects so Much As Images – A Response to Graham Harman’s ‘Greenberg, Duchamp, and the Next Avant-Garde'”. Speculations V, Aesthetics in the 21st Century, Nova York, Punctum books, 2014.

HARMAN, Graham. “Greenberg, Duchamp, and the Next Avant-Garde”. Speculations V, Aesthetics in the 21st Century, Nova York, Punctum books, 2014.

HINDMAN, James T.. “Self-Performance: Allan Kaprow’s Activities”. The Drama Review: TDR , Mar., 1979, Vol. 23, No. 1, Autoperformance Issue, pp. 95-102.

POVINELLI, Elizabeth A.. “Os fósseis e os ossos” in Geontologias – Um réquiem para o liberalismo tardio. São Paulo, UBU, 2023.

SHAVIRO, Steven. “Non-Phenomenological Thought”. Speculations V, Aesthetics in the 21st Century, Nova York, Punctum books, 2014.

SCHECHNER, Richard; KAPROW, Allan. “Extensions in Time and Space. An Interview with Allan Kaprow”. The Drama Review: TDR , Spring, 1968, Vol. 12, No. 3, Architecture/Environment, pp. 153-159.

aulas 30/05 e 06/06

(4) notações gráficas, mapas, diagramas, regimes verbais de instruções: performatividade visual e sonora da linha e da palavra;

AVELLAR, Daniela. “Da Partitura à Ação”. Palíndromo, Florianópolis v.13, n.31 p. 135-144, set 2021.

BUSSOTTI, Sylvano. La Passion Selon Sade. Milano, G. Ricordi & C., 1966.

CAGE, John. Song Books, Volume II – Solos for Voice 59-92. Edition Peters, 1970.

GACHE, Belén. Instrucciones de uso: partituras, recetas y algoritmos en la poesía y el arte contemporáneos (La forma “partitura” y las nuevas formas literarias). Madrid, 2014. belengache.net http://www.plataformaparentesis.com/site/publicacoes/instrucoes_de_uso.php

CARDEW, Cornelius. “Notation – Interpretation, Etc.”. Tempo, Issue 58, Summer 1961.

CARDEW, Cornelius. Treatise. Buffalo, Gallery Upstairs Press, 1967.

CARDEW, Cornelius. “Treatise Handbook”. Edition Peters.

DENNIS, Brian. “Cardew’s ‘Treatise’ (mainly the visual aspects)”. Tempo, Issue 177, June 1991, pp. 10-16.

DEWAR, Andrew Raffo. “Beyond Notation/Notation Beyond”. Leonardo Music Journal , 2011, Vol. 21, Beyond Notation: Communicating Music (2011), pp. 73-75, 77-85.

HIGGINS, Dick. “Intermedia”. Leonardo, 2001, Vol. 34, No. 1 (2001), pp. 49-54.

VICKERY, Lindsay. “Mobile Scores and Click-Tracks: Teaching Old Dogs”. Edith Cowan University, Institutional Repository.

aulas 20/06 e 27/06

(5) regimes de escuta, ressonância.

OBICI, Giuliano Lamberti. Condição da escuta: mídias e territórios sonoros. Rio de Janeiro, 7 Letras, 2008.

OLIVEROS, Pauline. Deep Listening – A Composer’s Sound Practice. New York, iUniverse, Inc. Deep Listening Publications, 2005.

PETRONIO, Rodrigo. “A ecologia fundamentada no vazio: ‘O ser humano não é nada mais do que uma coleção de pedaços'”. Entrevista. IHU – Instituto Humanitas Unisinos. https://www.ihu.unisinos.br/categorias/159-entrevistas/629418-a-…-uma-colecao-de-pedacos-entrevista-especial-com-rodrigo-petronio

PINHO, Thiago. “Entrevista com o filósofo Timothy Morton”. Revista de Filosofia Aurora, Curitiba, v. 34, n. 61, p. 307-325, jan./abr. 2022.

TABORDA, Tato. Ressonâncias – vibrações por simpatia e frequências de insurgência. Rio de Janeiro, Editora UFRJ, 2021. pp. 89-117.

aulas 04/07 e 11/07

Seminários finais

Conformações através dos meios tecnológicos

Flusser, Vilém. “Texto/Imagem enquanto dinâmica do ocidente”

Guattari, Félix. “Sobre as máquinas”

Bioconceitualismo e Derivações (Pós-Graduação 2022/1)

O curso se propõe a organizar discussões em torno do ‘Bioconceitualismo’, e derivações, termo que temos desenvolvido, de modo amplo e variado, através de algumas ações – sejam expositivas, sejam crítico-teóricas – no campo da arte contemporânea, nos últimos anos. Trata-se de estabelecer possibilidades – sempre em aberto – de atualização das questões da arte conceitual e do conceitualismo, em um mundo caracterizado pelos confrontos biopolíticos e pela sociedade de controle, sob a dinâmica da extinção e da crise climática, apontando, afinal, para os desafios que se colocam para as práticas artísticas: de que modo o campo de práticas de uma possível arte contemporânea pode ser constituído e configurado, em escala local e planetária, e quais ferramentas de enfrentamento, produção e resistência estariam em condições de serem fabricadas? Quais os agentes, dentre os que impulsionam esta mobilidade, a serem reinventados e de que modo, sobretudo quando se considera x artistx (enquanto intelectual) em sua constante reconfiguração e redesenho, sempre em fuga? Espera-se que tais problemas sejam redelineados, através das discussões e leituras coletivas, no sentido da ‘produção do problema’, permitindo aproximações e indicando caminhos.

A questão será trabalhada a partir de 4 eixos conceituais, que procuram alinhar blocos de sentido frente ao problema proposto. Apresentando-se enquanto terminologia projetada a partir de uma plataforma expositiva – ou seja, em exposições, diagramas, objetos, peças sonoras, etc – estes eixos guardam os traços de uma ‘oralidade de invenção’ que também busca sobrevida nos caminhos da recepção, enquanto poema, problema e conceito. Com os termos floraparadoxanós, anorgânicaintensaperformativa, subhidroinfraentre, assim como o já citado bioconceitualismo, buscaremos, respectivamente: (a) investigar o trabalho colaborativo a partir do coletivo, da transindividuação, do grupo e outras formas de redimensionamento do sujeito, compreendendo as alianças entre vivos/não-vivos, humanos/não-humanos, em uma cartografia da diferença, nunca em isolamento; (b) buscar os traços de desenvolvimento de um outro humano (trans-, pós-, inumano, etc), em que o conceito de vida se desenvolve para além do naturalismo orgânico, compreendendo ‘extinção’, produção, invenção; (c) compreender as forças germinativas e afetivas do negativo a partir do corte e da economia do interstício, onde a produção de valor se daria a partir da experiência intensiva; e, finalmente, (d) cartografar alguns aspectos do conceitualismo contemporâneo enquanto compreensão dos redesenhos necessários do campo da arte e da imagem do artista, frente às transformações em curso. Cada tema aqui proposto será desdobrado a partir de leituras e discussões.

roteiro do curso

Introdução: arte, anestesia, teoria, metamodelos, saúde, política

aulas 6/4, 13/4

BHABHA, Homi K. “O compromisso com a teoria”, in O Local da Cultura, Belo Horizonte, Editora UFMG, 1998.

BHABHA, Homi K. “The commitment to theory”. new formations, Number 5, Summer 1988.

COLEBROOK, Claire. “Extinct theory”, in ELLIOTT, Jane e ATTRIDGE, Derek (Eds.). Theory after ‘theory’. Oxon, Routledge, 2011.

DUCHAMP, Marcel. “Apropos of Readymades”, “A propósito de readymades”.

GUATTARI, Félix. “Ritornelos e afetos existenciais”. Revista GIS, São Paulo, 2019, v. 4, n. 1.

KIM-COHEN, Seth. In the blink of an ear – Toward a non-cochlear sonic art. Nova York, Londres, Continuum, 2009. Introdução, Capítulos 5 e 7.

SODRÉ, Muniz. “Filosofia a toque de atabaques”, in Pensar nagô. Petrópolis, Vozes, 2017.

floraparadoxanós: trabalho colaborativo, grupo, coletivo, transindividuação, alianças

aulas 20/4, 27/4

GUATTARI, Félix. “A Transversalidade”, in Revolução Molecular: pulsações políticas do desejo. São Paulo, Brasiliense, 1981.

HARAWAY, Donna; GOODEVE, Thereza Nichols. “Fragmentos: Quanto como uma folha. Entrevista com Donna Haraway”. Mediações, Londrina, V.20, nº1, p.48-68, Jan/Jun 2015.

HARAWAY, Donna. “Sympoiesis: Symbiogenesis and the Lively Arts of Staying with the Trouble”, in Staying with the trouble: making kin in the Chthulucene. Durham, Duke University Press, 2016. “Simpoiesis: simbiogénesis y las artes vitales de seguir con el problema”, in Seguir con el problema: Generar parentesco en el Chtuluceno. Bilbao, Consoni, 2019.

HARAWAY, Donna. “Ciborgues e simbiontes: viver junto na nova ordem mundial”. Revista ClimaCom, Coexistências e Co-criações, ano 8, no. 20, 2021.

LOVELOCK, James. “O que é Gaia?”; “História da vida de gaia”, in A Vingança de Gaia. Rio de Janeiro, Intrínseca, 2020.

SIMONDON, Gilbert. “Os fundamentos do Transindividual e a Individuação Coletiva”, in A Individuação à luz das Noções de Forma e de Informação. São Paulo, Editora 34, 2020.

TAIT LIMA, Márcia Maria; GITAHY, Leda Maria Caira. “Diálogos entre novos léxicos políticos e práticas comunitárias de cuidado em Abya Yala”. Revista ClimaCom, Povos ouvir: a coragem da vergonha, ano 6, n. 16, 2019.

TSING, Anna. “Margens Indomáveis: cogumelos como espécies companheiras”. ILHA, v. 17, n. 1, p. 177-201, jan./jul. 2015.

anorgânicaintensaperformativa: outrxs (trans-, pós-, in-) humanxs: produção, invenção, tradução, negociação, extinção

aulas 11/5, 25/5

BRAIDOTTI, Rosi. HLAVAJOVA, Maria. The Posthuman Glossary. Bloomsbury, Londres, 2018.

DANOWSKY, Déborah; VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. “Humanos e terra nos na guerra de Gaia”, in Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins. Florianópolis, Cultura e Barbárie, 2014.

FAUSTO, Juliana. “Terranos e poetas: o ‘povo de Gaia’ como ‘povo que falta'”. Revista Landa Vol. 2 N° 1 (2013).

NEGARESTANI, Reza. “O trabalho do inumano”. Coleção Trama, Zazie Edições, 2020.

OYEWÙMÍ, Oyèrónké. “Visualizando o corpo: Teorias ocidentais e sujeitos africanos”, in A invenção das mulheres: construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero. Rio de Janeiro, Bazar do Tempo, 2021.

PARISI, Luciana. “Biotech: Life by Contagion”. Theory, Culture & Society 2007, Vol. 24(6): 29–52.

PARISI, Luciana. FERREIRA DA SILVA, Denise. “Black Feminist Tools, Critique, and Techno-poethics”. e-flux Journal, #123, december 2021.

PRECIADO, Paul B.. “Ficções somáticas: a invenção dos hormônios sexuais”, “Controle POP: modos de subjetivação farmacopornográfica”; “O panóptico ingerível”, in Testo Junkie – sexo, drogas e biopolítica a era farmacopornográfica. São Paulo, n-1 Edições, 2018.

subhidroinfraentre: negativo, germinação, afeto, construção coletiva

aulas 1/6, 8/6

CAMPOS, Haroldo de. “Da transcriação: poética e semiótica da operação tradutora”, in Da transcriação poética e semiótica da operação tradutora. Belo Horizonte, FALE/UFMG, 2011.

COLEBROOK, Claire. “Ethics of Extinction”, in Sex After Life: Essays on Extinction, Vol. 2. Open Humanities Press, 2014.

NUNES, Rodrigo. Anônimo, vanguarda, imperceptível”. Revista Serrote 24. Rio de Janeiro, IMS, 2016.

SALDANHA, Arun. “Geophilosophy, Geocommunism: Is There Life After Man?”, in Weinstein, Jami; Colebrook, Claire (Eds.). Posthumous life : theorizing beyond the posthuman. New York, Columbia University Press, 2017.

TIMOFEEVA, Oxana. “Two Kinds of Violence”, in Solar Politics. Cambridge, Polity Press, 2022.

WOODWARD, Ashley. “The End of Time”. PARRHESIA, Number 15, 2012.

YUSOFF, Kathryn. “The Inhumanities”. Annals of the American Association of Geographers, 0(0) 2020, pp. 1–14.

YUSOFF, Kathryn; HIRD, Myra J.. “Subtending relations: bacteria, Geology and the possible”, in AVANESSIAN, Armen; MALIK, Suhail (Eds.). Genealogies of speculation: materialism and subjectivity since structuralism. London, Bloomsbury Academic, 2016.

bioconceitualismo: urgências conceituais-sensoriais, conceitualismo contemporâneo, circuito de arte, imagem do artista

aulas 15/6, 22/6

ADORNO, Theodor. “O Fetichismo na Música e a Regressão da Audição”. Os Pensadores – Textos Escolhidos. São Paulo, Abril Cultural, 1975.

ARAEEN, Rasheed. “Modernidade, modernismo e o lugar da África na história da arte da nossa época”, Artafrica, 2003.

BERNARDINO-COSTA, Joaze; GROSFOGUEL, Ramón. “Decolonialidade e perspectiva negra”. Revista Sociedade e Estado – Volume 31, Número 1, Janeiro/Abril 2016.

BRUNO, Fernanda. “Ver e ser visto: subjetividade, estética e atenção”, in Máquinas de ver, modos de ser: vigilância, tecnologia e subjetividade. Porto Alegre, Sulina, 2013.

CARONE, Iray. “Sobre o Conceito Adorniano de ‘Regressão da Audição’, nos Manuscritos de 1938. Constelaciones – Revista de Teoria Crítica, Número 6, Diciembre, 2014.

GORDON, Deborah M.. “Control without hierarchy”, NATURE, Vol 446, 8, March 2007.

HUI, Yuk. “Máquina e Ecologia”. Tecnodiversidade. São Paulo, UBU Editora, 2020.

NEGARESTANI, Reza. “Where is the Concept? (localization, ramification, navigation)”. Transcription of a lecture given at Goldsmiths, University of London, 2013.

OSBORNE, Peter. “October and the Problem of Formalism”. The Postconceptual condition: critical essays. London, Verso, 2018.

REED, Patricia. “The end of a world and its pedagogies”. Making & Breaking, Issue 02, 2021.

SILVA, Valdir Pierote; BARROS, Denise Dias. “Artes do Contemporâneo Africano: vida, criação e multiplicidade”. ARTEFILOSOFIA, V.15, Nº28, Abril de 2020, P. 186-205.

Desenvolvimento Conceitual do Projeto Artístico

Basbaum, Ricardo. “Migração das palavras para a imagem”

Foucault, Michel. Isto não é um cachimbo

Conceitualismo, pós-conceitualismo e formas de vida (Pós-Graduação 2021/1)

Muito da força das vertentes conceitualistas (em sua derivação e expansão a partir das matrizes conceituais) decorre da investigação de uma dimensão além do sensorial, explorando as camadas de construção da experiência (considerando a centralidade da proposição artística) que se dão, por exemplo, em território “não-retiniano” (Marcel Duchamp) e “não-coclear” (Seth Kim-Cohen): a partir destas referências, a obra de arte seria concebida principalmente a partir de sua dimensão estético-epistemológica, seja em sua dimensão propositivo-discursiva, seja na mobilização de exercícios variados de metamodelização (Guattari) – em geral, a requerer a disponibilidade performativa de agentes ativadores para tornar efetiva a recepção do trabalho. Afinal, haveria como prescindir da interface com o humano, seguindo desdobramentos autônomos? Há que se reconhecer a importância dos eixos de investigação referentes à obra de arte, em seu investimento nas relações com a linguagem, com a produção de conceitos, na configuração de estados de emergência e em atenção com as regiões de mediação e contato.

Iremos buscar, a partir de tais eixos, a convergência dos interesses de produção da obra com questões referentes à produção de formas de vida, ou seja, perceber como se entrelaçam as relações entre os estados viventes (além do orgânico), suas formas e modalidades, e a concepção do “estatuto da obra de arte”, em seus múltiplos caminhos, a partir de um esforço, individual-coletivo, de intervenção em um estado de coisas. As aproximações entre arte e biologia se dariam nos limites de exterioridade de ambos os campos, na região do transdisciplinar, em que o pensamento que problematiza e desnaturaliza a “vida” se torna central para o campo contemporâneo.

Este curso irá articular questões chave de um conceitualismo sensorial com problemas do campo da biologia, de modo a fazer com que a produção da obra e a proposição de formas de vida se tangenciem, a partir de certos eixos, trazidos como pontos de produção de problemas – que, afinal, excedem ambos os campos mas os atravessam, enquanto regiões limite da produção de pensamento. A partir de tal dinâmica, estariam configuradas as linhas de encontro da ação política frente as urgências da atualidade, onde o trabalho de arte é ao mesmo tempo intrusão poética e produção de subjetividade coletiva.

Serão discutidos, de modo aberto, entre outros, os seguintes temas: (1) autopoiese, auto-organização, auto-clausura estrutural, conceitualismo; (2) organismo, ambiente, redes, fluxos e mediações; (3) contágio, contaminação, comunicação, transmissão, afeto; (4) emergência, metamodelização, orgânico, inorgânico, origem da vida; (5) forma humana, inumana, trans-humana, não-naturalismos, próteses, dispositivos; (6) corporalidade, automatismos, sensorialidade.

roteiro do curso

Bloco 1: arte, biologia, informação

aulas 24/3, 31/3 e 7/4

FLUSSER, Vilém. “Arte Viva, in Ficções Filosóficas. São Paulo, EdUSP, 1998.

MEGLHIORATTI, Fernanda Aparecida; EL-HANI, Charbel Niño; CALDEIRA, Ana Maria de Andrade. “O conceito de organismo em uma abordagem hierárquica e sistêmica da biologia”. Revista da Biologia, IB-USP, (2012) 9(2): 7-11.

MELTZER, Eve. Systems We Have Loved: Conceptual Art, Affect, and the Antihumanist Turn. Chicago, University of Chicago Press, 2013. Introdução “Antepartum” e Capítulo 1 “The Dream of the Information World”.

NORVELL, Patricia; ALBERRO, Alexander (Eds.). “Robert Barry, May 30, 1969”, in Recording conceptual art : early interviews with Barry, Huebler, Kaltenbach, LeWitt, Morris, Oppenheim, Siegelaub, Smithson, and Weiner. Berkeley and Los Angeles, University of California Press, 2001.

aulas 14/4 e 21/4

CUSICANQUI, Silvia Rivera. “Un mundo ch’ixi es posible. Memoria, mercado y colonialismo”, in Un mundo ch’ixi es posible. Ensayos desde un presente en crisis. Buenos Aires: Tinta Limón, 2018.

GUMBRECHT, Hans Ulrich. “Cascatas de Modernidade” in Modernização dos Sentidos. São Paulo, Editora 34, 1998.

RASCH, William; WOLFE, Cary. (Eds.) Observing complexity: systems theory and postmodernity. Minneapolis, University of Minnesota, 2000. Capítulos 6 e 7: “Theory of a Different Order: A Conversation with Katherine Hayles and Niklas Luhmann”; “Making the Cut: The Interplay of Narrative and System, or What Systems Theory Can’t See.

Bloco 2: o que é vida? vivo/não-vivo

aulas 28/4 e 5/5

ALABI, Letícia Paola; SANTOS, Charles Morphy D.. “Elementos para uma filosofia universal da biologia: vida e a origem da ordem”. Amazônia – Revista de Educação em Ciências e Matemática, v.11 (22) Jan-Jun 2015. p.34-45.

FORTERRE, Patrick. “Looking for the most ‘primitive’ organism(s) on Earth today : the state of the art”. Planet. Space Sci., Vol. 43, nºs 1/2, pp. 167-177, 1995.

FORTERRE, Patrick. “Looking for LUCA (the Last Universal Common Ancestor)”. http://www-archbac.u-psud.fr/Meetings/LesTreilles/LesTreilles_e.html

MURPHY, Michael P.; O’NEILL, Luke A. J.. (Orgs.) O que é vida?” 50 anos depois. Especulações sobre o futuro da biologia. São Paulo, Fundação Editora da UNESP, 1997.

PAGLEN, Trevor. “Friends of Space, How Are You All? Have You Eaten Yet? Or, Why Talk to Aliens Even if We Can’t”. London, Afterall Journal 32, 2013.

RUIZ-MIRAZO, Kepa; PERETÓ, Juli; MORENO, Alvaro. “A Universal definition of life: Autonomy and Open-Ended Evolution”, in Origins of Life and Evolution of the Biosphere, 34: 323–346, Kluwer Academic Publishers, 2004.

SAGAN, Carl; SAGAN, Linda Salzman; DRAKE, Frank. “A Message from Earth”. Science, Vol. 175.

Bloco 3: biologia, vida, conceito

aulas 12/5 e 19/5

COCCIA, Emanuel. A Vida das Plantas. Florianópolis, Cultura e Bárbarie, 2018.

NARBY, Jeremy. A Serpente Cósmica: o DNA e as origens do saber. Rio de Janeiro, Dantes, 2018.

NEGARESTANI, Reza. O trabalho do inumano. Coleção Trama, Zazie Edições, 2020.

REED, Patricia. “Synthesis and Constructive Alienation”. Beirut, HomeWorks7, Nov 2013.

REED, Patricia. “What is Care at Planetary Dimensions?. Berlim, Floating University, 2019.

Bloco 4: formas de vida descoloniais

aulas 26/5 e 2/6

ALTMAYER, Guilherme. “Notas para uma curadoria transviada”. Poiésis, Niterói, v. 21, n. 35, p. 17-34, jan./jun. 2020.

BERNARDINO-COSTA, Joaze. GROSFOGUEL, Ramón. “Decolonialidade e perspectiva negra”. Revista Sociedade e Estado. v. 31, n. 1, Janeiro/Abril 2016.

BORGES, Fabiane M.. “Ancestrofuturismo – Cosmogonia Livre – Rituais Faça Você Mesmo (DIY)”.

BRAIDOTTI, Rosi. “Diferença, Diversidade e Subjetividade Nômade”. labrys, estudos feministas, número 1-2, julho/ dezembro 2002.

ESBELL, Jaider. “Makunaima, o meu avô em mim!”. Iluminuras, Porto Alegre, v. 19, n. 46, p. 11-39, jan/jul, 2018.

ESBELL, Jaider. “Ver em camadas o cruzamento dos mundos” (entrevista) IHU On-Line, Nº 527, Ano XVIII, 27/8/2018.

ESBELL, Jaider. “Autodecolonizacão – Uma Pesquisa Pessoal no Além Coletivo”. Disponível em http://www.jaideresbell.com.br/site/2020/08/09/auto-decolonizacao-uma-pesquisa-pessoal-no-alem-coletivo/

FIDELIS, Gaudêncio. “O Museu do Desvio”. Queermuseu: cartografias da diferença na arte brasileira. Rio de Janeiro, EAV Parque Lage, 2018.

GONZALEZ, Lélia. “A Categoria Político-Cultural de Amefricanidade”. Revista Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, Nº. 92/93 (jan./jun.). 1988b, p. 69-82.

GUATTARI, Félix. “Heterogênese”, in Caosmose – um novo paradigma estético. Rio de Janeiro, Editora 34, 1992.

LUGONES, María. “Rumo a um feminismo descolonial”. Estudos Feministas, Florianópolis, 22(3): 320, setembro-dezembro/2014.

MALDONADO-TORRES, Nelson. “A topologia do Ser e a geopolítica do conhecimento. Modernidade, império e colonialidade”. Revista Crítica de Ciências Sociais, 80, Março 2008: 71-114.

PENNELL, Summer M.. “Queer Transgressive Cultural Capital”, in RODRIGUEZ, Nelson M.; MARTINO, Wayne J.; INGREY, Jennifer C.; BROCKENBROUGH, Edward. (Eds). Critical Concepts in Queer Studies and Education. Nova York, Palgrave Macmillan, 2016.

Metodologia Transdisciplinar nos Estudos Contemporâneos das Artes (Pós-Graduação 2020/2)

Profs. Jorge Vasconcellos, Martha Ribeiro, Ricardo Basbaum

Linhas de Pesquisa: Corpo – Cena – Crítica da Representação / Experiência – Conceito – Sonoridades / Lugar – Política – Institucionalidades

quartas-feiras 14:00 às 18:00

EMENTA da DISCIPLINA:
A disciplina consiste na discussão de questões metodológicas em busca do delineamento rigoroso da posição transdisciplinar, entendida como trânsito entre disciplinas e práticas distintas, respeitando suas singularidades, mas estimulando como inevitável a realização de trajetos transversais entre elas. Será explorada a consonância de tal posição metodológica com a produção contemporânea em artes, que põe em questão o próprio estatuto epistemológico das disciplinas que compõem seu campo, rearticulando as condições de produção de saber e de ação na cultura de modo a instabilizá-las e a redesenhar suas estruturas conceituais e técnicas. Será estimulada, na discussão dos projetos de investigação dos alunos, a fricção entre pensamento e ação sensível, imagem, objeto e conceito, intervenções na pólis e reflexão sobre sujeito, experiência e presença.

EMENTA do CURSO:
A partir das fricções apontadas na ementa, transversalmente relacionadas aos projetos de investigação de todxs xs pós-graduandxs, o curso parte de quatro palavras-problema – “transdisciplinaridade”, “transversalidade”, “artes” e “atualidade” – como metodologia para uma produção experimental, desviante e inventiva das artes que seja a um só tempo: periférica e central, de sul a sul; consciente da realidade e produtora de novas subjetividades; atenta às sensibilidades comunitárias, instituintes e desmaterializantes e às políticas de arquivo; capaz de ultrapassar o sistema de pensamento hegemônico eurocêntrico e desafiar o heterocispatriarcado; além de se colocar radicalmente como antifascista, antirracista e anticapitalista.

Bibliografia inicial:

BADIOU, Alain. “Anedota”. Em busca do real perdido. Belo Horizonte: Autêntica editora, 2017.

CUSICANQUI, Silvia. “Oralidad, Mirada y Memórias del Cuerpo en Los Andes”. Un mundo ch’ixi es posible. Ensayos desde un presente en crisis. Ciudad Autónoma de Buenos Aires, tinta Limón , 2018.

EASTERLING, Keller. “Design de meios”. Coleção TRAMA, Zazie Edições, 2018.

GUATTARI, Félix. “Fundamentos ético-políticos da interdisciplinaridade”. s/d

HARAWAY, Donna.”Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial”. cadernos pagu (5) 1995: pp. 07-41.

LARROSA, Jorge. “Uma Língua para a Conversação”. Tremores: Escritos sobre Experiência. Belo Horizonte, Autêntica, 2014. 

MOTEN, Fred. “A Resistência do Objeto: O Grito de Tia Hester”. Dossiê A Música e suas Determinações Materiais, Revista ECO-PÓS, v. 23, n. 1, 2020.

OSBORNE, Peter. “Arte contemporânea é arte pós-conceitual”. Revista Poiésis, n 27, p. 39-54, Julho de 2016.

REED, Patricia. “Xenofilia e desnaturalização computacional”. Coleção TRAMA, Zazie Edições, 2018.

Programa:

aula 21/10

apresentação do curso

aulas 28/10 e 4/11

textos de Félix Guattari, Alain Badiou, Peter Osborne

aulas 11/11 e 18/11

textos de Donna Haraway, Jorge Larrosa, Keller Easterling

aulas 25/11 e 2/12

textos de Fred Moten, Silvia Cusicanqui, Patricia Reed

aulas 9/12 e 16/12

apresentações dos alunos

Arte conceitual, conceitualismo, arte pós-conceitual: perspectivas do sul e mesclados sônico-visuais (Pós-Graduação, 2020/1)

É relevante recuperar os principais traços que orientam a discussão acerca da arte conceitual, em seus aspectos presentes já nos debates de uma arte moderna, mas sobretudo a partir das linhas que demarcam a construção do campo contemporâneo, marcado pelos diversos graus de politização e multi-significação das práticas artísticas. Este curso se propõe a dar continuidade às discussões em torno da arte conceitual, conceitualismo e arte pós-conceitual, iniciadas no curso anterior, buscando enfatizar como tais questões se confrontam com os debates descoloniais e locais (perspectivas do sul) e ao mesmo tempo se abrem para um processo inter- ou multi-linguagem. É preciso reconhecer que as “artes conceituais” (quando flexionadas) implicam diretamente questionamentos acerca do “estatuto da obra de arte” e dos modo como esteja sendo praticado – nos pontos mais ou menos demarcados de um sistema ou circuito de artes, em sua inclusões e exclusões, suas multi-camadas, membranas e bordas. Trata-se de localizar na questão da obra de arte um problema ontológico, ao produzir certa modalidade de objetos e instituir relações, e também epistêmico, no sentido de ter as obras sempre forçando limites dos sistemas de conhecimento e ao mesmo tempo desenvolvendo diálogos produtivos com os sistemas de saber em curso, em um campo sempre dinâmico. Serão enfatizados, ainda, temas implicados nas misturas entre visualidade e sonoridade, próprias do campo contemporâneo: não apenas a arte conceitual é uma modalidade de práticas intermídia como também se instalam aí, de modo particularmente instigante, os debates que envolvem as tradições “não-retiniana” e “não-coclear”, fomentadoras de uma abertura produtiva em que objeto, imagem, sonoridade, voz e discurso se mesclam, misturam e articulam, em gestos, ações e intervenções para além do sensível – mas, paradoxalmente, em alta-voltagem sensorial.

roteiro do curso:

5/8
aula 1
Introdução – apresentação do curso e dos participantes

Bloco 1 – movimento centrípeto: formalizações e modelos

12/8
aula 2
“arte conceitual, conceitualismo, arte pós-conceitual: referências históricas, modelos”

BAILEY, Robert. “Introduction: A Theory of Conceptualism”, in SMITH, Terry. One and Five Ideas: On Conceptual Art and Conceptualism. Ed. Robert Bailey Durham and London, 2017 Duke University Press, 2017.

BUCHLOCH, Benjamin H. D.. “Conceptual Art 1962-1969: From the Aesthetic of Administration to the Critique of Institutions”, October, Vol. 55. (Winter, 1990), pp. 105-143.

FLYNT, Henry. “Essay: Concept Art”, in An Anthology, 1963. http://www.henryflynt.org/aesthetics/conart.html

HARRISON, Charles. “Conceptual Art and the Suppression of the Beholder”, in Essays on Art & language. Cambridge, Basil Blackwell, 1991.

KOSUTH, Joseph. “Arte depois da filosofia”, in FERREIRA, Glória, COTRIM, Cecília. (Orgs.), Escritos de artistas: anos 60/70, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2006.

MEYER, Ursula. “Introduction”, in Conceptual Art. New York, Dutton, 1972.

SHANKEN, Edward A. “Art in the Information Age: Technology and Conceptual Art”. LEONARDO, Vol. 35, No. 4, pp. 433–438, 2002.

SIEGELAUB, Seth e PROJANSKY, Robert. Contrato de Cessão e Transferência de Obras de Arte com Reserva de Direitos. 1971. Florianopolis, par(ent)esis, São Paulo, Ikrek, 2016.

KOTZ, Liz. “Text and Image: Rereading Conceptual Art” in Words to be looked at: language in the 1960s art. Cambridge, MIT Press, 2007.

19/8
aula 3
“arte conceitual, conceitualismo, arte pós-conceitual: referências históricas, modelos”

BASBAUM, Ricardo. “Within the Organic Line and After” in ALBERRO, Alexander e BUCHMANN, Sabeth (Eds.), Art after conceptual art, Massachusetts, MIT Press, Viena, Generali Foundation, 2006.

CAMNITZER, Luis. “Arte Contemporânea Colonial” in FERREIRA, Glória, COTRIM, Cecília. (Orgs.), Escritos de artistas: anos 60/70, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2006.

CAMNITZER, Luis, FARVER, Jane e WEISS, Rachel. “Foreword”, in Global conceptualism: points of origin 1950s-1980s, Nova York, Queens Museum of Art, 1999.

CAMNITZER, Luis. Conceptualism Latin American Art: didactics of liberation. Austin, University of Texas Press, 2007. Capítulos 3, 4, 6, 7, 8 e 14.

COSTA, Eduardo, ESCARI, Raúl, e JACOBY, Roberto. “Un arte de los medios de comunicación”, Arquivo pessoal de Roberto Jacoby, Buenos Aires. Documents of 20th-century Latin American and Latino Art, The Museum of Fine Arts, Houston.

GRAMUGLIO, María Teresa e ROSA, Nicolás. “Tucuman Arde”, November 9, 1968. Arquivo pessoal de Graciela Carnevale, Rosario. Documents of 20th-century Latin American and Latino Art, The Museum of Fine Arts, Houston.

OSBORNE, Peter. “Arte contemporânea é arte pós-conceitual”. Revista Poiésis, n 27, p. 39-54, Julho de 2016.

OSBORNE, Peter. “The postconceptual condition or, the cultural logic of high capitalism today”. Radical Philosophy 184 (mar/apr 2014).

RAMÍREZ, Mari Carmen. “Táticas para viver da adversidade. O conceitualismo na América Latina”. Arte & Ensaios – Revista do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais EBA-UFRJ, ano XIV, número 15, 2007, p. 184-195.

RAMÍREZ, Mari Carmen. “Blueprint circuits: conceptual art and politics in Latin America” in ALBERRO, Alexander e STIMSON, Blake. (Eds.) Conceptual art: a critical anthology, Cambridge, MIT Press, 1999.

26/8 e 2/9
aulas 4 e 5
“práticas não-retinianas, práticas não-cocleares”

COX, Christoph. “Beyond Representation and Signification: Toward a Sonic Materialism”. journal of visual culture, Vol 10(2): 145–161.

COX, Christoph. Sonic flux: sound, art, and metaphysics. Chicago; London: The University of Chicago Press, 2018. Capítulo 6.

DUCHAMP, Marcel. “Apropos of Readymades”.

KIM-COHEN, Seth. In the blink of an ear – Toward a non-cochlear sonic art. Nova York, Londres, Continuum, 2009. Introdução, Capítulos 5 e 7.

LABELLE, Brandon. Background noise: perspectives on sound art. Londres, Bloomsbury Academic, 2015. Parte 2 (Capítulos 4, 5 e 6).

Bloco 2 – movimento centrífugo: metodologias e urgências

9/9
aula 6
“urgências 1: ontoepistemologias da diáspora e do sul”

CUSICANQUI, Silvia. Ch’ixinakax utxiwa – Una reflexión sobre prácticas y discursos descolonizadores. Buenos Aires, Tinta Limón, 2010. Texto “Ch’ixinakax utxiwa. Una reflexión sobre prácticas y discursos descolonizadores”.

CUSICANQUI, Silvia. Sociología de la imagen – Miradas ch’ixi desde la historia andina. Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Tinta Limón, 2015. Textos “Pensando desde el nayrapacha: una reflexión sobre los lenguajes simbólicos como práctica teórica” e “Principio Potosí Reverso. Otra mirada de la totalidad (fragmento)”.

FERREIRA DA SILVA, Denise. A Dívida Impagável. São Paulo, Casa do Povo, 2019. “Introdução: (Di)Ante(s) do Texto” e “1 (VIDA) ÷ 0 (NEGRIDADE) = ∞ – ∞ OU ∞ / ∞: (Sobre a) Matéria para Além da Equação de Valor”.

GAGO, Verónica. La razón neoliberal: Economías barrocas y pragmática popular. Buenos Aires, Tinta Limón, Madrid, Traficantes de Sueños, 2015. “Introducción”.

QUIJANO, Aníbal. “Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina”, in LANDER, Edgardo. (Org.) A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latinoamericanas. Colección Sur Sur, CLACSO, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina. setembro 2005.

QUIJANO, Aníbal. “O labirinto da América Latina: haverá outras saídas”. Marilia, Unesp, Revista Novos Rumos n. 43 (20), 2005.

RICHARD, Nelly. “The Cultural Periphery and Postmodern Decentring: Latin America’s Reconversion of Borders” in WELCHMAN, John C. (Org.), Rethinking Borders. Londres, MacMillan Press, 1996.

16/9
aula 7
“urgências 2: redes, sistemas, biologia, filosofia”

BRASSIER, Ray. “Concepts, objects, gems”, in ELLIOTT, Jane e ATTRIDGE, Derek (Eds.). Theory after ‘theory’. Oxon, Routledge, 2011.

CLEMENS, Justin. “After After Finitude: An Afterword”, in BRITS, Baylee, GIBSON, Prudence e IRELAND, Amy (Eds.). Aesthetics After Finitude. Melbourne, re.press, 2016.

GALLOWAY, Alexander R. “Love of the Middle”, in GALLOWAY, Alexander R., THACKER, Eugene and WARK, McKenzie. Excommunication: three inquiries in media and mediation. Chicago, University of Chicago Press, 2014.

NEGARESTANI, Reza. “Where is the Concept? (localization, ramification, navigation)”. Transcription of a lecture given at Goldsmiths, University of London, 2013.

MACKAY, Robin e BRASSIER, Ray. “Introdução dos Editores” in LAND, Nick. Fanged Noumena. Tradução numenoscompresas.wordpress.com

THACKER, Eugene. “What Is Biomedia?” in Biomedia. Minneapolis, University of Minnesota Press, 2004.

23/9
aula 8
“urgências 3: antropoceno, formas de vida, fim do mundo”

BRUNNER, Christoph; NIGRO, Roberto; RAUNIG, Gerald. “Post-Media Activism, Social Ecology and Eco-Art”. Third Text, January, 2013, Vol. 27, Issue 1, pp.10–16.

CLARKE, Bruce (Ed.). Earth, life, and system : evolution and ecology on a Gaian planet. New York, Fordham University Press, 2015. “Introduction: Earth, Life, and System”.

CLARKE, Bruce. Neocybernetics and Narration. Minneapolis, University of Minnesota Press, 2014. “Mediations of Gaia: Ecology and Epistemology from Gregory Bateson and Felix Guattari to Avatar”.

DEMOS, TJ. “Contemporary Art and the Politics of Ecology: An Introduction”, Third Text, January, 2013, Vol. 27, Issue 1, pp.1–9.

HORTON, Jessica L.; BERLO, Janet Catherine. “Beyond the Mirror: Indigenous Ecologies and ‘New Materialisms’ in Contemporary Art”, Third Text, January, 2013, Vol. 27, Issue 1, pp.17–28.

LAM, Steven; NGCOBO, Gabi; PERSEKIAN, Jack; THOMPSON, Nato; WITZKE, Anne Sophie; TATE, Liberate. “Art, Ecology and Institutions: A Conversation with Artists and Curators”, Third Text, January, 2013, Vol. 27, Issue 1, pp.141–150.

NISBET, James. Ecologies, environments and energy systems in art of the 1960s and 1970s. Cambridge, MIT Press, 2014. “Introduction: on Art and Ecology”.

30/9
aula 9
apresentações finais
conclusão do curso

Sistemas sensíveis plástico-sonoro-discursivos-etc

Bardini, Thierry. "Hypervirus: A Clinical Report"
Basbaum, Ricardo. "Em torno do ‘vírus de grupo’"
Blog da Boitempo. Dossiê: Coronavírus e sociedade 
Boothroyd, Dave; Morgan, Diane. (Eds.) "Virologies: Culture and Contamination"
Campbell, Timothy. "'Bios,' Immunity, Life: The Thought of Roberto Esposito"
Campbell, Timothy; Luisetti, Federico. "On Contemporary French and Italian Political Philosophy: An Interview with Roberto Esposito"
Coletivo Chuang. Contágio social: Coronavírus e a luta de classes microbiológica na China
Cusicanqui, Silvia Rivera. "Fragmentos de Yapa en torno a la noción de lo Ch’ixi"
Deleuze, Gilles. A ilha deserta e outros textos - textos e entrevistas (1953-1974)
Donini, Angela. "Escavações para lidar com as ruínas e os soterramentos decorrentes do trauma colonial"
Fee, Tara Robbins; Fee, Samuel B.. "An Interview with Tony David Sampson, Author of Virality: Contagion Theory in the Age of Networks"
Ferraz, Fernando Gigante. "A Diferença Italiana segundo Roberto Esposito"
Ferreira da Silva, Denise. A Dívida Impagável
Ferreira da Silva, Denise. "An end to 'this' world - Denise Ferreira da Silva interviewed by Susanne Leeb and Kerstin Stakemeier"
Ferreira da Silva, Denise. "Um fim para 'este' mundo: entrevista de Denise Ferreira da Silva na revista Texte Zur Kunst"
Foucault, M.; Agamben G.; Nancy, J.L.; Esposito, R.; Benvenuto, S.; 
Dwivedi, D.; Mohan, S.; Ronchi, R.; de Carolis,  M.. "Coronavirus and philosophers"
Gago, Verónica. La razón neoliberal: Economías barrocas y pragmática popular
Han, Byung-Chul. "O coronavírus de hoje e o mundo de amanhã"
Harvey, David; Zizek, Slavoj; Badiou, Alain; Davis, Mike; Bihr, Alain; Zibechi, Raúl. Coronavírus e a Luta de Classes
Lagrou, Els. "Nisun: A vingança do povo morcego e o que ele pode nos ensinar sobre o novo coronavírus"
Latour, Bruno. "Imaginar gestos que barrem o retorno da produção pré-crise"
Luna, Danitza. "Feminismo não é neoliberalismo disfarçado de mulher – entrevista com Danitza Luna sobre o Mujeres Creando"
Martins, Leda. "Performances da oralitura: corpo, lugar da memória"
Massumi, Brian. 99 Theses on the Revaluation of Value - A Postcapitalist Manifesto
Massumi, Brian. "Virtual ecology and the question of value"
McMillen, Christian W.. Pandemics: A Very Short Introduction
Morais, Fábio. Escritexpográfica
Nunes, Rodrigo. "Ataques do presidente à imprensa passam de 'arroubos' a tática consciente"
Revista Estudos Libertários. Edição Especial Nº 1 - Análise dos Efeitos da Pandemia de COVID-19
Sampson, Tony D.. "Contagion Theory Beyond the Microbe"
Sampson, Tony D.. Virality: contagion theory in the age of networks
Sampson, Tony D.; Parikka, Jussi. "The New Logics of Viral Media"
Santos, Boaventura de Sousa. A Cruel Pedagogia do Vírus
Saracci, Rodolfo. Epidemiology
Servais, Véronique. "Gregory Bateson"
Sperber, Dan. "Towards an Epidemiology of Representations"
Stengers, Isabelle. No tempo das catástrofes - resistir à barbárie que se aproxima
Stephens, Paulo Roberto Soares; de Oliveira, Maria Beatriz Siqueira Campos; Ribeiro, Flávia Coelho; Carneiro, Leila Abboud Dias. "Virologia"
VV.AA. Sopa de Wuhan
VV.AA. textos n–1
Wolfe, Charles T.. "De-ontologizing the Brain: from the fictional self to the social brain"
Wolfe, Charles T.. "L'a catégorie d’'organisme' dans la philosophie de la biologie. Retour sur les dangers du réductionnisme"

Copyright ©2017 - STI - Todos os direitos reservados

Skip to content